Síria. Primeira morte após meses de protestos contra o regime no sul

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A província de Sueida é palco de manifestações pacíficas desde que o Governo eliminou os subsídios aos combustíveis, em meados de agosto do ano passado, lesando uma população já afetada por mais de 12 anos de guerra.

Hoje, dezenas de manifestantes reuniram-se, gritando palavras de ordem contra o Presidente sírio, Bashar al-Assad, diante de um centro destinado a regularizar a situação dos recrutados ou a isentá-los do serviço militar, relatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

As forças da ordem dispararam para dispersar os manifestantes, segundo a organização não-governamental (ONG) com sede no Reino Unido mas que dispõe de uma vasta rede de fontes em território sírio.

Dois manifestantes ficaram feridos e um deles, de 54 anos, morreu em consequência dos ferimentos, indicaram o OSDH e o jornal digital local Suwayda24.

Foi "a primeira vítima morta pelas forças de segurança e seus associados desde o início dos protestos na cidade de Sueida", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

A província de Sueida, de maioria drusa, permaneceu em grande parte intocada pelo conflito na Síria, que eclodiu em 2011, após a repressão de protestos contra o poder, e fez mais de meio milhão de mortos.

Dezenas de milhares de rapazes da região recusaram-se a realizar o seu serviço militar desde 2011, e as forças de segurança nela mantêm uma presença limitada.

"O regime sírio retomou há uma semana o processo de regularização neste centro, após uma interrupção desde outubro de 2023", disse Rayane Maaruf, chefe de redação do Suwayda24.

Um vídeo divulgado pelo Suwayda24 na rede social X (antigo Twitter) mostra dezenas de pessoas não armadas a protestar de forma pacífica em frente ao centro de recrutamento militar, antes de começarem a ouvir-se tiros.

Segundo o OSDH e o Suwayda24, foi declarado o estado de alerta na cidade, após o tiroteio fatal.

Até à data, as autoridades de Sueida tinham permitido a realização de manifestações em que os participantes atacavam repetidamente símbolos do poder, rasgando retratos de Assad.

Os drusos são um grupo etnorreligioso esotérico que se estima constituir cerca de 3% da população da Síria.

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