"Só quero que esta guerra acabe". Ucranianos foram saudar Zelensky a Belém

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29 mai, 2024 - 01:11 • Marisa Gonçalves

No final da visita a Portugal, o Presidente ucraniano passou pelo Palácio de Belém, onde foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa. Dezenas de cidadãos ucranianos manifestaram apoio a Volodymyr Zelensky.

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Reportagem de Marisa Gonçalves

Com bandeiras da Ucrânia erguidas e vários cartazes contra o Presidente russo, Vladimir Putin, cerca de meia centena de pessoas concentraram-se esta terça-feira, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, numa manifestação de boas-vindas e de apoio ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A iniciativa partiu da Associação dos Ucranianos em Portugal e acabou por juntar, também, cidadãos portugueses. O presidente da associação, Paulo Sadoka, considera que o acordo bilateral de cooperação de segurança, agora assinado entre os dois países, ajuda a reforçar alianças para defender o território da Ucrânia.

“Portugal mostrou, mais uma vez, que está ao lado da Ucrânia. O acordo que foi assinado é muito positivo. Depois das afirmações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal não só vai dar este apoio financeiro e militar, mas também vai fazer diplomacia a favor da Ucrânia nos Países de Língua Oficial Portuguesa, em África e no Brasil. Isso é muito importante. Para ganhar esta guerra, nós temos de ter muitos mais aliados”, afirmou à Renascença.

A comunidade ucraniana residente em Portugal é uma das mais expressivas. Vital Sidorenko, um cidadão ucraniano a viver em Lisboa, confessa-se de coração apertado. “O meu filho está lá, na linha da frente, na guerra. Todos os dias eu falo com ele e a guerra não pára”, lamenta de voz trémula.

As seis horas de Zelensky em Lisboa. "Sinto que os portugueses acreditam no futuro da Ucrânia"

De olhar cravado para o Rio Tejo ainda acrescenta: “Putin não deixa que isto acabe. Está sempre a tirar terras de outros”.

Ali mesmo ao lado, com a bandeira ucraniana sobre os ombros, Lyuba Bershuk, uma ucraniana a viver há 23 anos em Portugal, diz que veio também a esta concentração com o objetivo de agradecer o apoio de Portugal e dizer que são precisas mais armas para o exército ucraniano.

“A guerra na Ucrânia está difícil. Portugal já dá muito apoio aos ucranianos e refugiados e agora também vai ajudar, mas são precisas mais armas. Só quero que acabe esta guerra porque já estou farta”, declara.

Apenas conseguiu avistar o Presidente ucraniano, ao longe, dentro do carro que o transportou de volta ao Aeródromo Militar de Figo Maduro, em Lisboa. Lyuba Bershuk diz que olha para Zelensky como uma referência e um líder.

“Tem estado muito bem. Já fez muitas coisas para o povo ucraniano. Ele tem ido para muitos lados do mundo porque quer fazer com que esta guerra pare”, refere.

Enquanto o carro de Zelensky descia a rampa de acesso ao Palácio de Belém, depois de ter sido recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, as cerca de meia centena de pessoas que se juntaram nos jardins frente ao Palácio de Belém entoavam o hino da Ucrânia e terminaram com um “Obrigado Portugal”.

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