Socialistas de Bragança apuparam logo que ouviram o nome de Cavaco Silva

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O nome do antigo Presidente da República (2006/2016) e líder do PSD entre 1985 e 1995 entrou na caravana do PS logo pela manhã, quando o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi confrontado pelos jornalistas com um artigo de opinião muito crítico para os socialistas escrito por Cavaco Silva no jornal Correio da Manhã.

De visita ao Instituto Politécnico de Bragança, Pedro Nuno Santos procurou desvalorizar esse artigo e apenas declarou que, de Cavaco Silva, nunca esperaria receber apoio.

Já no comício, ao início da tarde, com centenas de militantes e simpatizantes socialistas, foi impossível esconder a animosidade das pessoas do PS contra o antigo Presidente da República e antigo primeiro-ministro.

No primeiro discurso do almoço comício, a deputada socialista Berta Nunes referiu que "foram os governos de Cavaco Silva que desmantelaram a ferrovia no distrito de Bragança". Ouviu-se logo a seguir uma assobiadela na sala.

Como contraponto, a ex-secretária de Estado das Comunidades Portuguesas referiu que está em curso um plano para levar a alta ferroviária a Trás-os-Montes, através da ligação entre o Porto e Zamora (Espanha).

No seu discurso, a presidente da Federação do PS de Bragança defendeu que foi o seu partido que criou o Ministério da Coesão Territorial e que aprovou o primeiro programa de valorização do interior, além de medidas para atrair empresas e pessoas.

"O PSD quer redesenhar o programa de valorização do interior. Não têm mais nada a dizer", garantiu, antes de elogiar os executivos de António Costa por ter colocado em marcha o programa de descentralização de competências para as autarquias.

"O PS é o partido da regionalização. Vamos iniciar esse grande debate. Está no nosso programa. Queremos políticas mais próximas dos territórios. O PSD, com Luís Montenegro, é contra", frisou.

A seguir, a cabeça de lista socialista por Bragança, Isabel Ferreira, defendeu que o PS representa um projeto humanista, em contraste com a Aliança Democrática (AD).

"As pessoas são quem mais importa. Estamos aqui perante pessoas que acreditam no interior, nas suas oportunidades e na sua qualidade de vida. Recusamos demagogias, populismos, simplificações a preto e branco. Nós queremos nitidez, objetividade e transparência para dar visibilidade ao interior", declarou a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.

Isabel Ferreira realçou o "orgulho" que os transmontanos sentem pelo seu património cultural, natural e paisagístico, "locais de elevada qualidade e autenticidade".

"Temos uma comunidade de gente valorosa em Paris, Londres e Luxemburgo - e queremos que regressem. Temos a maior instituição do Ensino Superior do interior do país. Não queremos a elitização da ciência, como acontecia antes de o PS estar no Governo", disse.

A secretária de Estado prometeu, ainda, combater o discurso negativo do isolamento, advertindo que "as ideias boas tornam-se daninhas quando encontram maus líderes".

"E temos essa experiencia aqui em Bragança", completou.

Antes do discurso final de Pedro Nuno Santos, Isabel Ferreira procurou também colocar em contrate o PS e a AD em matéria de promoção de incentivos fiscais.

"Precisamos de uma fiscalidade seletiva. No interior, já temos 12,5% de IRC. Não é com os 15% que a AD propõe que as empresas desta zona serão beneficiadas. Os territórios do interior precisam de medidas específicas", acrescentou a secretária de Estado.

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