Socialistas pedem vitória ampla para nova etapa sem independentismo

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Os socialistas, que as sondagens dizem que vão ganhar as eleições de domingo na Catalunha sem maioria absoluta, terminaram hoje a campanha a pedir uma "vitória ampla" para "uma nova etapa" na região, após 14 anos de governos separatistas.

"Não temos apenas de ganhar, temos de pedir uma ampla vitória para Salvador Illa, para ganhar em 12 de maio e no dia 13 poder governar a Catalunha", afirmou o líder do Partido socialista Espanhol (PSOE) e primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, num comício em Barcelona.

Salvador Illa, que foi ministro da Saúde de Sánchez no primeiro ano da covid-19, é o candidato do Partido Socialista da Catalunha nestas eleições e quer recuperar o governo regional para os socialistas, após 14 anos, mas as sondagens dizem que está longe da maioria absoluta.

No comício de hoje em Barcelona, que encerrou a campanha eleitoral, Illa apelou à mobilização e aos indecisos, que segundo as sondagens eram perto de 40% dos eleitores no início desta semana.

O candidato disse por diversas vezes que só uma vitória que permita um governo dos socialistas garante "uma nova etapa na Catalunha" para "unir e servir" os catalães.

Para Salvador Illa, a Catalunha teve "uma década perdida" por causa do separatismo, o que prejudicou a economia e a qualidade dos serviços públicos, e só há duas opções em jogo nas eleições autonómicas de domingo: "mais do mesmo" com uma maioria independentista ou "abrir uma nova etapa" com um governo socialista que se foque na habitação, na mobilidade, na saúde ou na educação.

"Não queremos sublinhar o que nos separa (...), queremos sublinhar aquilo que nos une e unir os catalães aos resto dos espanhóis e ao resto dos europeus", afirmou, antes de defender que "o método é a colaboração, não a confrontação" com o governo e as autoridades do Estado espanhol.

Espanha "é plural e diversa" e "a confrontação" colocou a Catalunha, uma região tradicionalmente próspera e de vanguarda, "na cauda" do país nos índices de educação, da criminalidde ou das energias renováveis, afirmou.

Illa realçou que disputa a presidência do governo regional no domingo com dois independentistas que alternaram no cargo desde 2016 por viabilizarem mutuamente os respetivos executivos, apesar de um ser de direita e outro de esquerda e das ruturas e confrontos recorrentes entre eles: Carles Puigdemont (do Juntos pela Catalunha, JxCat) e Pere Aragonès (Esquerda Republicana da Catalunha, ERC, atual líder do executivo).

"Eles são os responsáveis pela situação da Catalunha", sublinhou.

A par de darem a vitória ao Partido Socialista, as sondagens colocam em segundo lugar o JxCat e, em terceiro, a ERC.

Desde 2017 que os governos catalães independentistas resultam de "geringonças" parlamentares porque os partidos que defendem a separação de Espanha deixaram então de ser os mais votados nas eleições regionais.

Este ano, deverá acontecer o mesmo e os socialistas chegam às eleições como favoritos. A incógnita desta vez é saber se a vitória do Partido Socialista impede a "geringonça" separatista e se se abre uma nova fase na Catalunha que, segundo os analistas, encerraria o "process", como ficou conhecida a tentativa de autodeterminação que culminou com uma declaração unilateral de independência em 2017.

Segundo as sondagens, este ano, pela primeira vez em mais de uma década, não há garantia de maioria absoluta independentista no parlamento catalão.

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