Sócrates teve "uma das piores intervenções de sempre", diz Ventura

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País

"Compreendo a irritação, mas [foi um discurso] de enorme deselegância e sem qualquer fundamento", diz o líder do Chega, sobre José Sócrates garantiu que vai recorrer da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa.

José Sócrates, ligeiramente irritado, saiu de casa para falar aos jornalistas, relevando que vai recorrer da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), que decidiu levá-lo a julgamento por corrupção passiva. Para André Ventura, a intervenção do ex-primeiro ministro vai ficar marcada como “uma das piores de sempre”.

“Compreendo a irritação, mas [foi um discurso] de enorme deselegância e sem qualquer fundamento. Esta intervenção é boa para mostrar tudo que tem de mudar no país em termos de justiça. Sócrates preocupa-se em dizer duas coisas que talvez tenham passado despercebida para a maioria: recursos e prescrição”, afirma o líder do Chega.

Sócrates disse que está "desapontado" com a decisão do Tribunal da Relação e que vai usar “todos os meios legais à disposição” para recorrer.

“É isto que José Sócrates quer. Ele não está preocupado com a verdade e com o ajuste de contas de que falava há pouco, está preocupado em recorrer novamente apenas para ganhar mais tempo”, diz Ventura.

O líder do Chega diz que este caso é um bom elemento para “acabarmos com essa dose enorme de recursos” que permitem “que os processos se vão atrasando e atropelando”.

“Nesse ponto a reforma devia ser consensual e todos os partidos deviam apostar para evitar que essas situações sejam aproveitadas por pessoas como Sócrates para fugiram à justiça”.

Sócrates deve ser julgado por 22 crimes

O Tribunal da Relação decidiu esta quinta-feira repor parte da acusação da Operação Marquês. As juízas deram razão, em parte, ao Ministério Público, que recorreu da decisão instrutória de Ivo Rosa, de abril de 2021, que anulava toda a acusação.

Com esta decisão, José Sócrates vai ser julgado por três crimes de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal.

Quem vai a julgamento e por quantos crimes?

Apesar de José Sócrates ser um dos nomes mais mediáticos do processo, é o amigo Carlos Santos Silva quem está acusado de mais crimes: 23 no total, 14 dos quais por branqueamento de capitais. Confira na lista abaixo quem terá de responder em tribunal e por (quantos) crimes:

José Sócrates (22 crimes): três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal Carlos Santos Silva (23 crimes): dois de corrupção, 14 de branqueamento e sete de fraude fiscal Joaquim Barroca Rodrigues (15 crimes): dois de corrupção, sete de branqueamento e seis de fraude fiscal José Luís Ribeiro dos Santos (2 crimes): um de corrupção e um de branqueamento Ricardo Salgado (11 crimes): três de corrupção, oito de branqueamento Zeinal Bava (três crimes): um de corrupção, um de branqueamento e um de fraude fiscal Henrique Granadeiro (cinco crimes): um de corrupção, dois de branqueamento e dois de fraude fiscal Armando Vara (dois crimes): um de corrupção e um de branqueamento de capitais José Diogo Gaspar Ferreira (dois crimes): um de corrupção e um de branqueamento de capitais José Paulo Bernardo Pinto de Sousa: dois crimes de branqueamento Hélder José Bataglia dos Santos: cinco crimes de branqueamento Gonçalo Nuno Mendes da Trindade Ferreira: três crimes de branqueamento Inês Maria Carrusca Pontes do Rosário: um crime de branqueamento João Pedro Soares Antunes Perna: um crime de branqueamento Sofia Mesquita Carvalho Fava: um crime de branqueamento Rui Manuel Antunes Mão de Ferro: um crime de branqueamento de capitais Lena Engenharia e Construções, S.A. (10 crimes): um crime de corrupção, três de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal Lena Engenharia e Construções SGPS (dois crimes): um crime de corrupção, um crime de branqueamento Lena SGPS (dois crimes): um crime de corrupção e um crime de branqueamento RMF - Consulting, Gestão e Consultoria Estratégica, LD: um crime de branqueamento
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