Sonda Juno capta novas imagens de alta resolução da lua Europa

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A JunoCam, câmara a bordo da sonda Juno da NASA, captou novas imagens que ajudam a comprovar a hipótese do deslocamento polar na lua Europa, de Júpiter. Com estas imagens e com uma outra de alta resolução captada pela Stellar Reference Unit (SRU), é possível ver sinais de que a cobertura gelada nos pólos norte e sul da lua não está onde estava antes e sinais de atividades de plumas.

As novas imagens foram agora reveladas no Planetary Science Journal e no JGR Planets e resultam de um voo rasante (a 355 quilómetros) realizado pela sonda Juno em setembro de 2022, sendo as primeiras a surgir desde o voo da Galileu, em 2000.

Sonda Juno | imagem da Lua Europa de JúpiterImagem captada pela Stellar Reference Unit, a bordo da sonda Juno da NASA, em setembro de 2022 (Foto: NASA/JPL-Caltech/SwRI)

A análise aos dados mostra depressões distribuídas irregularmente, medindo entre 20 e 50 quilómetros, além de blocos de gelo, escarpas, paredes e passagens. Acredita-se que exista um oceano gigante por baixo desta camada gelada exterior e que estas características aparecem como consequência da teoria do deslocamento polar, que vaticina que a camada exterior desta lua se movimenta e flutua.

Citada em comunicado do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, Candy Hansen, co-investigadora da missão, explica que “o deslocamento polar verdadeiro acontece se a camada gelada da Europa não está ligada ao seu interior rochoso, resultando em elevados níveis de pressão na camada e levando a previsíveis padrões de fratura”. “Esta é a primeira vez que estes padrões são mapeados no hemisfério sul, sugerindo que o efeito de deslocamento polar verdadeiro na superfície da Europa é mais extenso do que o identificado previamente”, afirma.

Todas as cinco novas imagens são de elevada resolução, mas a que vem da SRU oferece o maior nível de detalhe, por ter sido feita com uma abordagem inovadora, que evita a sobre-iluminação e revela muitos pormenores complexos, como a identificação de áreas com formas invulgares medindo vários quilómetros. Estas formações suportam a ideia de que a camada exterior da Europa pode estar a ser local de bolsas de água com elevada concentração de sal proveniente do oceano abaixo da superfície.

Estas imagens vão ser usadas como base de investigação para as missões futuras, nomeadamente para a Clipeer da NASA e para a Juice da ESA, que devem chegar a Júpiter em 2030 e 2031 respetivamente.

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