Sondagens e auriculares

2 horas atrás 20

As sondagens encomendadas pelos partidos devem estar a dizer o óbvio. Que os portugueses não querem eleições. Que PSD e PS não conseguem sair do empate técnico em que se encontram. O PSD não se aproxima sequer duma expressiva maioria relativa, quanto mais de uma maioria absoluta. Que o Chega leva uma pancada e atingiu o zénite com os atuais 50 deputados, vendo muito desse eleitorado fugir para a abstenção. E que esta sobe significativamente. Tudo isto é mais ou menos óbvio, mas se forem sondagens a dizê-lo os partidos levam mais a sério. O PS fica na oposição a preparar as autárquicas, que espera ganhar. O PSD fica a governar pela linha cavaquista das medidas populares e da corda sempre esticada, esperando-se que não estoire as contas públicas. O Chega à procura da próxima causa que o transforme no melhor protagonista da conversa de café, a seguir ao futebol. A esquerda baralhada, à procura de um povo que teima em fugir-lhe. Enfim, preparemo-nos para o Natal e para explicar ao primeiro-ministro que um jornalista de auricular no ouvido não é o tenebroso enviado dos seus inimigos. E que precisa de afinar as suas ideias sobre o que é realmente a liberdade de imprensa.

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