Suborno eleitoral

O extra prometido a mais de dois milhões de pensionistas, num mês que se prevê agitado politicamente e onde o Governo joga o seu futuro com a discussão do Orçamento do Estado para 2025, é uma poderosa arma eleitoral para Luís Montenegro. Esta espécie de suborno eleitoral ao mais poderoso sindicato de voto neste País não é nenhuma inovação, já Cavaco Silva e António Costa tinham usado cenouras para os pensionistas de forma magistral, para conquistar voto dos reformados.Desta maneira, Montenegro além de ganhar um seguro político relevante também dá um tiro no porta-aviões do PS, porque são precisamente os reformados neste escalão de rendimentos a maior força eleitoral do partido agora liderado por Pedro Nuno Santos. Há quem argumente que 200 euros para as pensões mais baixas e 100 euros para as do escalão seguinte é muito pouco, mas para quem está habituado a viver com tão magros proveitos, qualquer oferta é bem-vinda, mesmo que pontual.Mas este truque mostra que o Governo está mais preocupado com o reforço da sua posição, do que com o futuro do País. Os milhões de euros gastos nesta ação eficaz de marketing poderiam, por exemplo, ajudar a disponibilizar mais casas para famílias jovens, mas isso não garantia tantos votos.

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