Sudão. Guerra obrigou 3 mil organizações humanitárias suspender operações

9 meses atrás 79

A Comissão de Ajuda Humanitária, um organismo governamental, indicou num relatório que 2.900 organizações não governamentais (ONG) locais, 110 estrangeiras e 11 agências regionais e da ONU suspenderam as suas atividades após a eclosão do conflito, em 15 de abril, que tornou o Sudão o país com mais deslocados internos no planeta.

De acordo com o estudo, 85% dos trabalhadores humanitários internacionais no Sudão foram retirados ou deixaram o país devido à "exposição aos riscos" das atividades das RSF, que acusaram de saquear ou destruir "cerca de 82% dos 'stocks' e recursos" dessas organizações.

A este respeito, apontou que 77 veículos destas agências foram "saqueados ou roubados" pelos paramilitares, bem como armazéns de abastecimento, quartéis-generais, escritórios e até escolas e centros de saúde, algo que também já foi denunciado anteriormente pelas Nações Unidas.

As organizações que permanecem no país reduziram as suas atividades e estão a fazer esforços para cumprir "padrões mínimos para as necessidades humanitárias", especialmente em termos de segurança alimentar, saúde, nutrição, acesso a água potável e abrigo seguro.

Assim, o relatório indica que a ONU foi forçada a suspender a implementação de mais de 500 projetos de resposta humanitária, e que as capacidades de acesso à assistência por parte da população necessitada foram reduzidas em 79%.

Mais de 12.000 pessoas foram mortas e 6,6 milhões foram forçadas a fugir de suas casas, metade delas crianças, devido aos confrontos, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O Sudão mergulhou no caos em 15 de abril deste ano, quando se transformaram em guerra aberta as tensões há muito latentes entre os militares, liderados pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, ex-número 2 no Conselho Soberano - a junta militar que tomou o poder no país no golpe que depôs o antigo ditador Omal al-Bashir em abril de 2019.

Tanto as forças armadas sudanesas como as RSF foram acusadas pela Amnistia Internacional de crimes de guerra em larga escala, incluindo assassínios deliberados de civis e violações e outras agressões sexuais.

Leia Também: Sudão alerta comunidade internacional para aumento do surto de cólera

Todas as Notícias. Ao Minuto.
Sétimo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online.
Descarregue a nossa App gratuita.

Apple Store Download Google Play Download

Ler artigo completo