Sudão. UE preocupada com cidade refúgio e pede retirada de paramilitares

9 meses atrás 64

"Informações credíveis indicam que os combates estão a alastrar a Wad Madani, no estado de Jazira, e que El Fasher, no Darfur do Norte, continua sob constante ameaça de ataque. [...] A União Europeia (UE) está consternada com estes últimos acontecimentos", afirmou o Serviço Europeu para a Ação Externa, em comunicado.

Estes confrontos, em curso desde sexta-feira, ocorrem "poucos dias depois" de as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e as Forças Armadas sudanesas "se terem comprometido solenemente perante os chefes de Estado e de Governo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) com a cessação das hostilidades e o diálogo político", recordou a diplomacia dos 27.

A UE destaca que "foi declarado o estado de emergência no estado de Jazira e a ajuda humanitária teve de ser suspensa".

Wad Madani, sublinha, "tem sido um refúgio para muitas pessoas que fogem do conflito e um centro vital para a ajuda humanitária".

Na mensagem, a UE exorta as RSF "a retirarem-se do estado de Jazira e a porem termo aos combates em El Fasher".

"Recordamos tanto às Forças de Apoio Rápido como às Forças Armadas sudanesas as suas obrigações, nos termos do direito internacional, de proteger os civis e garantir o acesso humanitário", destacou a UE, avisando: "Aqueles que não cumprirem estas obrigações serão responsabilizados".

O exército sudanês intercetou na sexta-feira um ataque do grupo paramilitar em Wad Madani, considerada uma "zona segura" e área de refúgio para cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas que fugiram da guerra que dura há oito meses.

As RSF divulgaram um comunicado na sua página oficial da rede social X, assegurando aos cidadãos de Wad Madani que os seus ataques eram dirigidos contra o exército e não contra civis.

A ONU anunciou na sexta-feira a suspensão de todas as missões humanitárias no estado de Al Jazira, a sul da capital sudanesa, Cartum, devido aos combates entre o exército e os paramilitares.

O conflito armado no Sudão eclodiu em 15 de abril devido às tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político destinado a repor o país numa via democrática após o golpe de Estado de 2021.

A guerra já causou a morte de cerca de 12 mil pessoas, mais de seis milhões de refugiados e deslocados, bem como uma catástrofe humanitária no país.

JH (EL) // TDI

Lusa/fim

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