Suécia formalmente aceite como 32º membro da NATO

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Ao cabo de 22 meses de suspense – patrocinado pela Hungria e pela Turquia – o país escandinavo tem finalmente em condições de entrar para a aliança militar, guarnecendo assim o seu flanco norte.

A Suécia tornou-se esta quinta-feira oficialmente o 32º membro da NATO, depois de cumpridas todas as formalidades para a sua integração na organização militar, com a Hungria a depositar o protocolo de adesão em Washington – tal como estava previsto desde que o regime liderado por Viktor Orbán decidiu retirar todas as reservas à adesão dos escandinavos.

O embaixador da Hungria nos Estados Unidos entregou, ao Departamento de Estado em Washington, os documentos oficiais de ratificação da adesão da Suécia à NATO, recentemente aprovada pelo parlamento húngaro depois de muitos meses de adiamentos. Agora, o governo sueco vai apresentar ao chefe da diplomacia norte-americana o instrumento de acesso.

“Hoje dei instruções ao embaixador da nossa pátria em Washington para entregar o documento de ratificação, tendo a Hungria cumprido todas as suas tarefas para a adesão da Suécia à NATO”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, citado pela comunicação social.

O primeiro-ministro sueco, Ulk Kristersson, e o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billström, deslocaram-se a Washington na quarta-feira para depositar o protocolo de adesão à NATO junto do Departamento de Estado.

Chegam assim ao fim cerca de 22 meses de resistência da Hungria e da Turquia á entrada da Suécia e da Finlândia na NATO. Apesar de as reticências da Turquia serem mais compreensíveis que as da Hungria, foi este último país que acabou por atrasar por mais tempo a entrada da Suécia – numa estratégia que os restantes membros da União Europeia criticaram fortemente.

Pelo que afirmaram os analistas, a Hungria usou a questão da entrada da Suécia como uma espécie de ‘moeda-de-troca’ para que o regime não fosse sancionado pela União Europeia pelos temas do costume: a deficiência da gestão dos fundos comuns enviados para a Hungria, e a falta de democraticidade política.

Do lado da Turquia, as reticências tinham a ver com um confronto – umas vezes claro outras vezes atenuado – entre o regime de Recep Erdogan e os próprios Estados Unidos. A questão da autorização da entrega de armamento moderno a Ancara – que o Congresso dos Estados Unidos demorou a aceitar – foi o argumento utilizado para explicar a demora. Mais tarde, manifestações anti-muçulmanas realizadas na Suécia sem que o Estado se preocupasse excessivamente em bani-las acabaram por atrasar ainda mais o processo.

Ao longo destes 22 meses, a NATO desesperava, uma vez que tinha como certo o facto de a entrada da Finlândia e da Suécia vir fortalecer a aliança na generalidade, mas também no que tem mais especificamente a ver com a defesa do Mar do Norte e do Mar Ártico – um ponto considerado cada vez mais sensível em termos de estratégicos globais.

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