A par do Estatuto INOVADORA COTEC, que já soma quatro edições, a associação empresarial criou um novo certificado de reconhecimento empresarial. Ao JE, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, defende que “a sustentabilidade hoje é um fator de competitividade”.
A COTEC apresenta hoje o Estatuto INOVADORA Green, um certificado desenhado para incentivar as empresas a investirem em práticas de negócio sustentáveis, tendo em vista uma maior transparência nas cadeias de abastecimento no reporte das práticas ESG.
Em complemento com o Estatuto INOVADORA COTEC, cujas candidaturas para a quarta edição abrem esta quarta-feira, o novo certificado “atribuirá rating às empresas em matéria do desempenho na inovação e potencial sustentabilidade, o que conferirá novas vantagens em condições de financiamento privilegiadas por parte da banca nacional às empresas inovadoras e sustentáveis”, explica a associação empresarial para a inovação em nota de imprensa.
Em entrevista do Jornal Económico, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, sublinha que “a sustentabilidade hoje é um fator de competitividade”.
“Cada vez mais vai ser um fator que significar licença para operar, condições para operar e para poder integrar cadeias de valor internacionais. Se as empresas não atingirem um determinado nível em critérios de ESG nas várias dimensões de sustentabilidade, não vão poder integrar certas cadeias internacionais, nem fornecer os seus produtos ou serviços a determinados clientes”, explica o mesmo responsável.
Em causa está, por um lado, “vantagem competitiva e diferenciação” entre os atores do tecido empresarial e, por outro, uma condição para atuar em contexto internacional. “Eu diria que a sustentabilidade, num primeiro nível, é uma condição para poder estar presente, para poder vender em mercados internacionais e a clientes”, defendeu.
Sobre o Estatuto INOVADORA Green, Jorge Portugal explica que a COTEC decidiu alargar “alargar o conjunto de indicadores de natureza intangível, para incluir um conjunto novo de indicadores associados à sustentabilidade e que são compatíveis com aquilo que são as normas europeias de reporte de sustentabilidade”. “O passo que aqui quisemos dar foi, por um lado, orientar, sensibilizar as empresas para esta questão da dimensão da sustentabilidade como dimensão competitiva”, justificou, acrescentando que “hoje empresas de maior dimensão, as empresas cotadas, já são obrigadas a reportar as suas dimensões de sustentabilidade”.
Passando ao sector financeiro, Jorge Portugal recordou que “a banca tem exigências do ponto de vista de alocação de capital e no investimento nas áreas sustentáveis e, portanto, também vai precisar de aferir qual é que é o nível de sustentabilidade das suas carteiras de crédito”.
São quatro mil as empresas nacionais que já investem em inovação, com mais de 25% a conseguirem alcançar o reconhecimento da COTEC.
Em termos de representação, os dados da COTEC mostram que as inovadoras fazem-se representar em todas as escalas, território e sectores de atividade. Discriminando por sector, 59% das empresas distinguidas pertencem à indústria transformadora, 16% ao sector da informação e comunicação, 8% ao da consultoria e outros 8% ao sector do comércio.
Em termos de dimensão, as Pequenas e Médias Empresas (PME) “reclamam” quase toda a quota das inovadoras que receberam o certificado de inovação COTEC (93%). Por distrito, foram atribuídos estatutos a 176 empresas sediadas no Porto, a 143 em Lisboa, 140 em Aveiro, 114 em Braga. Estes cinco distritos concentram 73% das inovadoras reconhecidas pela COTEC em 2023.
As candidaturas podem ser submetidas até ao dia 30 de abril na página criada para o efeito.
Na edição de 2023, a associação atribuiu 792 estatutos INOVADORA COTEC, tendo recebido o maior número de candidaturas (1184) desde que foi criado. Trata-se de um crescimento de 21% face aos números do ano anterior.
No total, mais de mil empresas sediadas em Portugal já receberam o selo da COTEC.
A Caixa Geral de Depósitos, o Banco BPI, o Millennium bcp, o Novobanco, o Santander Totta, o Crédito Agrícola e o Bankinter, integram o consórcio do Estatuto INOVADORA COTEC, que conta, ainda, com o Banco Português de Fomento (BPF), a Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial como parceiros de informação.