TAP. Manutenção Brasil não foi estratégico mas “sorvedouro de dinheiro”, diz Sérgio Monteiro

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O antigo governante Sérgio Monteiro considerou hoje que o negócio de manutenção no Brasil nunca foi “um ativo estratégico” para a empresa, mas um “sorvedouro de dinheiro”.

O ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a requerimento do PS, sobre a privatização da TAP.

“Nunca dissemos que a manutenção do Brasil era um ativo estratégico. Era justificado como a única forma de fazer a operação no Brasil crescer, o que eu tenho para mim que não fosse assim”, apontou Sérgio Monteiro, em resposta aos deputados.

O ex-secretário de Estado disse que deu, por duas vezes, orientações ao Conselho de Administração da TAP para que a empresa fosse vendida. Neste sentido, foram organizados dois processos que acabaram por não ser bem-sucedidos.

“Houve um momento em que a tutela financeira deu orientações à TAP, em 2015, para impedir a remessa de receitas de Portugal para o Brasil […]. O Brasil era um sorvedouro de dinheiro”, defendeu.

Sérgio Monteiro disse ainda que relativamente a este negócio também foram ponderados todos os cenários, inclusive o encerramento, tendo o executivo optado “por não nacionalizar esse buraco”.

Em 2022, a área de manutenção e engenharia da TAP no Brasil foi encerrada de forma definitiva, após terem sido acumulados prejuízos de aproximadamente 600 milhões de euros em 13 anos. O negócio contava com mais de 380 trabalhadores.

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, ainda em funções, vai ser ouvida na comissão parlamentar de inquérito em 4 de abril, num primeiro grupo de audições que arrancam quarta-feira com a Inspeção-Geral de Finanças (IGF).

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