Taxa de juro implícita da dívida portuguesa deverá continuar a aumentar, prevê BdP

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Nos próximos anos, espera-se que a taxa de juro implícita continue a aumentar gradualmente, adicionando pressão aos desafios orçamentais de Portugal, defende o banco central.

A taxa de juro implícita da dívida deverá continuar a aumentar nos próximos anos, adicionando pressão aos desafios orçamentais, volta a destacar o Banco de Portugal (BdP).

“As recentes decisões de política monetária em resposta à subida da inflação implicaram um aumento das despesas com juros em rácio do PIB em 2023 em Portugal, embora em menor medida do que na área do euro, dados os desenvolvimentos orçamentais e macroeconómicos mais favoráveis”, refere o Banco de Portugal

A estratégia de gestão da dívida, que tem privilegiado emissões a prazos mais longos, ajudou através da minimização do risco de refinanciamento e da exposição a subidas das taxas de juro, acrescenta o banco central.

Nos próximos anos, espera-se que a taxa de juro implícita continue a aumentar gradualmente, adicionando pressão aos desafios orçamentais de Portugal.

No inicio deste mês o banco central tinha revelado que depois do aumento verificado em 2023, a taxa de juro implícita deverá continuar a aumentar nos próximos anos, ainda que a um ritmo menos pronunciado, alcançando em 2026 os 2,6%, o nível mais elevado desde 2018.

A taxa de juro implícita representa a média ponderada do custo de financiamento de um agente económico, neste caso a República.

No período anterior à crise da dívida soberana, a despesa com juros da dívida pública em Portugal manteve-se estável em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), destaca ainda o banco central que lembra que no entanto, em 2011 e 2012, a despesa com juros subiu 1,9 p.p. do PIB.

Desde 2015, iniciou-se uma trajetória de redução sustentada (três p.p. do PIB até 2022), que foi comum à generalidade dos países da área do euro, mas mais pronunciada em Portugal.

Esta evolução esteve associada a um maior crescimento económico e, sobretudo, à redução da taxa de juro implícita, que beneficiou da política orçamental prudente e da compressão do spread, num contexto de taxas de juro baixas. O menor crescimento do stock de dívida também contribuiu para uma contenção na despesa com juros, conclui o BdP.

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