Taxas de juro. ​Centeno diz que decisão do BCE em setembro será “fácil”

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23 ago, 2024 - 16:12 • Sandra Afonso

Governador do Banco de Portugal confia que “o mais provável é continuar a cortar os juros”.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, diz que decisão do Banco Central Europeu (BCE) em setembro será “fácil”, prevendo uma descida das taxas de juro.

Em declarações à Bloomberg, Mário Centeno lembra que a economia da zona euro não está a crescer, por isso, a decisão de setembro será “fácil” e a de outubro “engraçada”.

“É claro que a decisão mais provável, em termos de política monetária, é continuar a cortar os juros”, explica Centeno. Tudo vai depender dos dados disponíveis. No entanto, o BCE não tem em conta dados isolados, está atento às “tendências”, avisa.

O governador defende que a inflação deve ser reduzida com “o menor sacrifício” possível e diz que é preciso mais coordenação entre política monetária e orçamental.

Não garante que a zona euro não voltará a ter taxas de juro negativas, mas assegura que o BCE não quer que regressem e está “a trabalhar seriamente para o evitar”.

Reserva Federal dá luz verde a corte nos juros

O governador do Banco de Portugal falou à margem do simpósio anual de Jackson Hole, nos Estados Unidos, onde o presidente da Reserva Federal Americana também marcou presença.

Jerome Powell anunciou esta sexta-feira que “chegou a altura de ajustar as políticas”. O presidente do banco central norte americano deixa assim a porta aberta ao primeiro corte na taxa de juros, desde o início do ciclo de subidas para combater a inflação.

Resta saber até onde está Powell disponível a ir. “A direção a seguir é clara e o momento e o ritmo dos cortes nas taxas dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspetivas e do equilíbrio dos riscos”, esclarece.

O BCE foi o primeiro a cortar os juros, em junho, em 25 pontos base. Na reunião seguinte, em julho, decidiu manter as taxas diretoras inalteradas.

A taxa de facilidade permanente de depósito mantém-se nos 3,75%, enquanto a taxa de refinanciamento e a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez permanecem nos 4,25% e 4,50%, respetivamente.

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