Tecnologia em jogo: entre o amor e o ódio

3 meses atrás 52

«Palavras à Sorte» é a rubrica diária dos jornalistas do zerozero durante o Euro 2024. Todos os dias, na Alemanha ou na redação, escrevemos um apontamento pessoal sobre a competição e todas as sensações que ela nos suscita.

As novas bolas do Euro 2024, FUSSBALLIEBE (amor ao futebol), contem, ironicamente, algo que faz tantos adeptos não amar esta nova fase futebolística: uma revolução tecnológica. 

Neste caso, há um novo um sensor que mede desde a velocidade da bola, trajetória e posição, número de rotações por segundo, bem como as interações que os jogadores têm com ela, permitindo medir a intensidade de um toque com a mão, por exemplo, como foi o caso do golo anulado à Bélgica e a Lukaku por mão de Openda.  

Eu, amante de tecnologia, me confesso: sou fã destas evoluções. Percebo quem ache que toda esta bateria tecnológica à volta do futebol acabe com o espírito puro e a magia do jogo, mas gosto de saber mais dados sobre o que se passa no campo. 

Para além das ajudas à arbitragem fornecidas pela tecnologia, para o telespectador, estes avanços tecnológicos são de uma riqueza e aproximação ao ecrã que urge resgatar, numa era em que o custo pela atenção está tão caro. 

Dei por mim fascinado a ver os grafismos de dados apresentados na transmissão televisiva sobre um remate do Mbappé: 100 quilómetros/hora e 6 rotações por segundo. Um remate forte e com efeito, portanto. Algo que, num slow motion, nem sempre conseguimos perceber. 

Dados que só são possíveis ter com esta precisão através da nova tecnologia na bola. 

E ainda há caminho para enriquecer mais a relação entre telespectador e conteúdo, por via da tecnologia.

Imaginem quando nos fornecerem, em tempo quase real, os dados de GPS debitados pelos jogadores: frequência cardíaca, quilómetros percorridos, intensidade das corridas, fadiga acumulada. Algo que já acontece no ciclismo, por exemplo. Já há tudo há disposição. 

O espectador saberia tudo o que o atleta estaria a passar naquele momento, com dados fisiológicos precisos. 

Duvido que os clubes e jogadores autorizem este passo, mas seria um acrescento enorme na qualidade da análise ao jogo e relação com o espectador. 

Aguardemos. 

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