Tem 100 anos, combateu na Normandia e agora vai casar lá. "Ilumina vida"

1 semana atrás 40

Um veterano que combateu durante a II Guerra Mundial vai casar-se no próximo mês na Normandia, onde milhares de soldados desembarcaram – e morreram – em 1944.

A história de Harold Terens é contada pela agência France-Presse (AFP), que conversou com ex-combatente e a sua futura mulher, Jeanne Swerlin, que tem 96 anos.

O casal considera que a sua história é “melhor do que a de Romeu e Julieta”, referindo que esta começou em 2021.

Terens já tinha sido casado com outra mulher, Thelma, com quem criou três filhos, e cuja morte, em 2018 lhe ‘deu’ “três anos de sentir pena de si mesmo e de luto”. Mas segundo contaram à AFP, foi em 2021 que conheceu Jeanne, a partir de um amigo em comum. Recorda que não houve ‘faíscas’ no ar logo no início e o centenário refere mesmo que mal conseguia olhar para Swerlin na altura em que a conheceu. Mas tudo mudou, e os dois vão agora dar o ‘nó’ num local bem significativo para ele.

WWII Veteran Harold Terens, 100, will be honored in June by the French as part of the 80th anniversary celebration of their country's liberation from the Nazis. Then he plans to marry Jeanne Swerlin, 96, in a town near the beaches where U.S. troops landed. #WeRememberThem pic.twitter.com/RBFZwVBD9l

— WWII Memorial Friends (@WWIIMemorial) March 14, 2024

“Ela ilumina a minha vida, faz tudo parecer mais bonito. Faz com que valha a pena viver”, considerou Terens à AFP.

Mas para além de estar contente por casar, o homem vai também também estar presente, dois dias antes de dar o nó, numa cerimónia do 80.º aniversário da Batalha da Normandia – desembarque que marcou o início da vitória dos Aliados sobre o regime nazi.

Centenário escapou várias vezes à morte

Para além de falar do casamento, Terens contou ainda como foi a sua experiência como combatente, referindo que foi para a guerra pouco depois de fazer 18 anos. Como todos os jovens, foi chamado a combater e dois anos depois já era especialista em código Morse. Terens era agora responsável por um navio do lado dos Aliados, e pela comunicação que era feita entre ar e terra.

“Estávamos a perder a guerra a perder muitos pilotos e aviões. Eram só jovens”, recordou, detalhando que a companhia onde estava perdeu 60 aviões durante a operação na Normandia. Depois do Dia D, Terens ofereceu-se para viajar até à região, no norte de França, para ajudar a transportar prisioneiros de guerra alemães e levar também forças aliadas para o Reino Unido.

Terens fez também parte de uma missão secreta, sem o saber – já que só foi informado por uma carta que abriu numa determinada região. Em causa estava um bombardeamento norte-americano que partiu de Inglaterra para atacar áreas controladas pela Alemanha nazi.

A operação em que participou demorou um dia, mas os alemães descobriram a base onde esteve Terens e bombardearam-na – tendo o homem escapado, mas deixado em ‘terra de ninguém’, em território que é hoje a Ucrânia. Contraiu uma doença intestinal, mas acabou por ser ajudado por uma família local e sobreviveu.

Depois, o homem regressou ao Reino Unido, onde escapou à morte uma segunda vez. Dirigindo-se a um ‘pub’, uma mulher recusou-se a servir-lhe uma bebida porque estava quase a fechar. O homem não gostou, reclamou, mas acabou por se ir embora. Terens tinha andado pouco mais de 100 metros quando uma bomba atingiu o ‘pub’.

O casamento vai acontecer a 8 de junho, com a neta de Terens a cantar durante a cerimónia.

Leia Também: Ataques com drones turcos na Somália podem ser "crimes de guerra"

Ler artigo completo