Temido diz que há no plano de migrações “tentativa de corrigir” ligações à extrema-direita

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A cabeça de lista do PS, Marta Temido, acusa o Governo de “tentar” demarcar-se das opções da extrema-direita portuguesa na apresentação do plano de migrações.

Questionada durante uma arruada no centro de Viana do Castelo se o pacote apresentado esta segunda-feira pelo executivo se aproxima ou não das opções do Chega, a cabeça de lista do PS às eleições europeias respondeu que “em alguns pontos há até uma tentativa de corrigir aquilo que possa ser essa leitura”.

A estratégia do PS para esta campanha tem sido a de tentar colar a família política europeia de que a AD faz parte, o Partido Popular Europeu (PPE) aos grupos políticos de extrema-direita, o ECR e a ID, de que o Chega faz parte. Nestas declarações opta por deixar várias cautelas nas entrelinhas.

“Eu até acho que o plano foi feito também com a intenção de dar um sinal em relação a esse aspeto”, diz Marta Temido. Ou seja, a candidata não considera inocente que, em plena campanha eleitoral para as europeias, tenha apresentado gráficos “bastante objetivos em relação à leitura da realidade”.

O problema, segundo Temido “é, o que é que está por trás do PowerPoint, porque se estivermos a falar da Europa, se pusermos na última página do PowerPoint aquilo que é a posição do Partido Popular Europeu para as migrações, veremos que há uma leitura que não é convergente”.

A cabeça de lista do PS considera assim que o problema do plano das migrações apresentado pelo Governo não é o que lá está, mas o que não está lá e que se torna, segundo a candidata, numa divergência com a família política europeia.

Temido mostra assim alguma dificuldade em colar o plano das migrações do Governo às opções mais restritas da direita radical europeia, optando por exemplo por criticar a unidade de missão que foi criada. “Não é uma unidade de missão que vai resolver os problemas, justifica a candidata. Ao mesmo tempo, acusa o momento de campanha eleitoral para apresentar o plano como pouco inocente. “Obviamente que não” foi, despacha a candidata.

Ainda questionada se o Presidente da República se apressou a promulgar este plano das migrações, Marta Temido recusou responder, optando mais uma vez por não querer hostilizar Marcelo Rebelo de Sousa. Tem sido, de resto uma constante da candidata nesta campanha, sempre que as questões dos jornalistas se centram em opções do chefe de Estado.

A candidata foi ainda confrontada com a posição de António Vitorino, que esta segunda-feira, disse que a transição do SEF para a AIMA “correu mal”, com Temido a assumir, de novo, que “provavelmente” há “aspetos que hoje se pudéssemos corrigir teríamos feito de outra maneira”, tal como já havia feito na entrevista ao Hora da Verdade da Renascença e do Público.

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