Temu acusa concorrente Shein de táticas “mafiosas”

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Segundo a Temu, a concorrente obriga os fornecedores de ambos a “assinar documentos contra a sua vontade” e ameaça-os “com multas avultadas e com a rescisão dos seus contratos com a Shein por venderem na Temu”.

A Temu instaurou uma ação judicial contra a empresa de fast-fashion chinesa Shein nos Estados Unidos. No processo, que deu entrada no Tribunal Distrital de Columbia, a plataforma de comércio eletrónico acusa a Shein de práticas mafiosas para com os comerciantes e ainda de violação dos direitos de propriedade intelectual.

Em comunicado, a Temu acusa a Shein de deter “sob falsos pretextos, comerciantes associados à Temu”, tendo confiscado os dispositivos eletrónicos dos mesmos e acedido a informações exclusivas. “As ações da Shein são uma resposta ao declínio da sua avaliação após a entrada da Temu no mercado dos EUA”, lê-se.

Na mesma acusação, a plataforma indica que a empresa de moda “coage os fornecedores a assinarem contratos que transferem direitos de propriedade intelectual para a Shein, muitas vezes sem o conhecimento dos fornecedores”.

Este é um dos métodos mais agressivos já praticados pela empresa chinesa, denuncia. Segundo a Temu, a concorrente obriga os fornecedores de ambos a “assinar documentos contra a sua vontade” e ameaça-os “com multas avultadas e com a rescisão dos seus contratos com a Shein por venderem na Temu”. “O uso persistente e cada vez mais agressivo de conduta anticoncorrencial, coerção e comportamento ameaçador por parte da Shein torna necessária esta ação judicial”.

Na acusação, a Temu diz ainda que a Shein “emprega táticas coercivas e ‘mafiosas’ para aumentar os efeitos dos seus acordos de exclusividade anticoncorrenciais e para dissuadir os fornecedores a estabelecerem parcerias connosco”.

“Quando alguns fornecedores da Temu recusaram as ameaças de intimidação da Shein para fornecerem as informações sobre as suas contas na nossa plataforma, os funcionários da Shein aproveitaram a oportunidade para obter as informações de forma dissimulada através dos telemóveis apreendidos. Os fornecedores da Temu só descobriram mais tarde que a Shein tinha acedido às suas contas Temu quando viram nos seus telemóveis novos códigos de verificação dessas contas, depois de saírem dos escritórios da Shein. A apreensão destas informações aos fornecedores deu à Shein acesso aos segredos comerciais e financeiros sensíveis e exclusivos da Temu”.

“A Shein utiliza então estes direitos para apresentar falsos avisos de remoção DMCA de má-fé contra a Temu e instigar ações judiciais por direitos de autor. As apreensões de propriedade intelectual da Shein, as declarações falsas relacionadas com a DMCA e as alegações conscientemente inexatas ao Gabinete de Direitos de Autor não são aberrações ou casos isolados; são fundamentais para o modelo de negócio da Shein. A Shein é uma fachada brilhante que esconde uma organização corrupta”, continua.

No mesmo comunicado, a plataforma online lembra que este não é o primeiro processo contra a Shein. Em julho passado, a Temu já tinha contestado os acordos de negociação exclusiva da Shein com fornecedores e esforços coercivos para fazer cumprir esses acordos sob as leis estatais e federais antimonopólio e de concorrência desleal.

No entanto, em outubro, as duas empresas apertaram as mãos e desistiram voluntariamente dos litígios entre si “sem prejuízo”. Depois disso, a Temu veio a descobrir que o “comportamento anticoncorrencial não só permitiu como se intensificou”.

“As suas ações são demasiado excessivas. Não tivemos outra alternativa senão processá-los”, afirma porta-voz da Temu.

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