Terrorismo e conflitos limitam movimentos de jovens africanos, diz estudo

2 horas atrás 21

"Em muitos países africanos, os jovens receiam a instabilidade política", e, dos 16 países envolvidos no estudo "os que vivem no Quénia, na Nigéria e na Etiópia são os mais suscetíveis de sentir o impacto negativo do terrorismo, da insurreição e dos conflitos armados", segundo o Inquérito à Juventude Africana 2024, da Fundação da Família Ichikowitz (FFI), com sede em Joanesburgo, que entrevistou 5.604 jovens, com idades entre os 18 e os 24 anos.

Os cidadãos do Quénia, da Nigéria e da Etiópia "têm sido sistematicamente vítimas da violência de grupos terroristas", lê-se no relatório, que não abrangeu países como República Democrática do Congo, países do Sahel, nem Moçambique, que também vivem situações de terrorismo ou rebeliões.

"O Índice Global de Terrorismo de 2023 classifica a Nigéria em 8.º lugar e o Quénia em 18.º lugar a nível mundial entre os países mais afetados pelo terrorismo e pelo extremismo violento de grupos como o Boko Haram, a Província da África Ocidental dos Estados Islâmicos (ISWAP) e o Al-Shebab, entre outros", recorda a FFI.

Por outro lado, "enquanto a Etiópia enfrenta o conflito da guerra civil, a ameaça do Al-Shebab persiste", explicou.

O estudo revela ainda que um em cada dez jovens (9%) afirma ter sido abordado por um recrutador de um grupo terrorista ou por um insurgente radical, em comparação com apenas 4% em 2022.

"Em comparação com os dados de 2022, há também um aumento na proporção de jovens africanos que afirmam conhecer alguém que foi abordado por um recrutador de um grupo terrorista ou insurgente radical, subindo de 6% para 13% em 2024, e há um aumento naqueles que afirmam conhecer alguém que apoia um grupo terrorista ou insurgente radical, duplicando de 5% para 10% em 2024", salientou.

Para a fundação, esta realidade "é preocupante".

Quando questionados sobre a capacidade do seu governo para lidar com o terrorismo e conflitos armados, a confiança entre os jovens africanos é positiva, com um terço (30%) a afirmar estar "muito confiante" e outro terço (31%) a afirmar estar "algo confiante".

Além disso, a confiança geral aumentou ligeiramente de 56% em 2022 para 61% em 2024.

"Apesar deste aumento significativo, a maioria dos jovens africanos continua confiante nas capacidades do seu governo para lidar com o terrorismo e a insurreição", indicou.

Segundo o inquérito, em termos gerais, os jovens africanos manifestaram, em 2024, um maior otimismo em relação ao rumo futuro do seu país, do que em 2022.

"A confiança de que o seu país está a seguir o caminho certo aumentou de 27% em 2022 para 32% em 2024", disse.

Todavia, temas como as mortes por doenças infecciosas, a devastação económica causada pela pandemia da covid-19, a inação dos governos perante as taxas altas de desemprego, a corrupção, a instabilidade política, a violência baseada no género e as alterações climáticas continuam a preocupar a juventude africana, segundo este estudo.

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