Tiago Mayan rejeita "logro de discutir regionalização à socialista"

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"Eu quero deixar o alerta que não podemos cair no logro de discutir regionalização à socialista, com mais Estado, mais sobreposição, mais desperdício, mais tachos", defendeu hoje Tiago Mayan Gonçalves na VIII Convenção Nacional da IL, que termina hoje no Europarque, em Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro).

Para Tiago Mayan, "regionalização à liberal é ter a coragem de assumir a eliminação de múltiplas camadas intermédias do Estado central, é ter a coragem de assumir que o Estado central tem de abdicar de poder".

Regionalização à liberal é "menos Estado, melhor Estado, Estado mais eficiente e próximo", defendeu o opositor à atual liderança de Rui Rocha.

Assumindo que, ao contrário de sábado em que falou para dentro do partido relativamente à alteração dos estatutos, que foi chumbada, Tiago Mayan falou hoje "para fora".

O ex-candidato presidencial falava antes da votação do programa político da IL, tendo anunciado que irá votar a favor do mesmo por ser "muito mais capaz que o atual", apesar de ser "imperfeito".

O membro da IL defendeu, porém, que o programa deveria ter assumido uma posição mais forte "quanto à absoluta excecionalidade dos estados de exceção", no capítulo dos direitos, liberdades e garantias.

"Não vos preciso de lembrar o passado recente [pandemia de covid-19] para perceber o que está em causa", vincou.

O também presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto lançou ainda o desafio ao partido, defendendo uma "justiça unitária em que o Estado não tem o privilégio de um foro próprio, vulgo Tribunais Administrativos e Fiscais".

Num dos esclarecimentos regularmente feitos às intervenções dos membros da IL ao longo do debate sobre o novo programa político proposto, o deputado Bernardo Blanco não se dirigiu diretamente às reflexões feitas por Tiago Mayan Gonçalves.

A VIII Convenção Nacional da IL termina hoje, em Santa Maria da Feira, com a votação do programa político e a intervenção do líder, Rui Rocha, um dia depois de falhar o objetivo de aprovar novos estatutos.

No sábado, foi a incapacidade das duas propostas em discussão de alcançar a maioria qualificada de dois terços nas duas votações que fez com que a IL saísse de Santa Maria da Feira com os mesmos estatutos que entrou, após um dia inteiro a apresentar e debater estas duas visões.

Em votação estavam a proposta do Conselho Nacional, afeta à direção e que resultou de um grupo de trabalho, e uma outra de um conjunto de opositores internos, entre os quais o ex-candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves e o antigo presidente liberal Miguel Ferreira da Silva.

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