Timor-Leste crê que solução de dois Estados deixe Médio Oriente estável

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"O caminho para a paz não pode ser alcançado sem o reconhecimento da aspiração tanto dos israelitas, como dos palestinianos. Uma solução de dois Estados, onde Israel e Palestina coexistam pacificamente, lado a lado, é o caminho mais viável para alcançar resoluções sustentáveis para evitar o conflito", afirmou Bendito Freitas, na quinta-feira.

O chefe da diplomacia timorense intervinha na sede da ONU, em Nova Iorque, na reunião ministerial sobre a "Situação em Gaza e a Implementação da Solução aquela solução "não é apenas essencial para os povos diretamente afetados, mas também um ingrediente crítico para a estabilidade da região".

A solução "não prejudica as necessidades de segurança de Israel, pelo contrário, aumenta as perspetivas de coabitação pacífica", disse o ministro timorense, salientando que as negociações devem abordar questões fundamentais como fronteiras, segurança, estatuto de Jerusalém e direitos dos refugiados.

"Além disso, defendemos a importância do envolvimento das partes interessadas regionais e da sociedade civil, garantindo que perspetivas variadas contribuam para uma compreensão abrangente do conflito", salientou.

No encontro, Bendito Freitas destacou também que a situação em Gaza "atingiu um momento crítico" e que as necessidades humanitárias devem ser "priorizadas", nomeadamente o acesso a alimentos e medicamentos.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento de resistência islâmica Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.205 pessoas, na maioria civis, incluindo reféns em cativeiro.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez, também nesse dia, 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro. Entretanto, 33 foram declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 41.455 mortos (quase 2% da população) e 95.878 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo destes 11 meses e meio de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Entretanto, os ataques de Israel contra o movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas, intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

Os bombardeamentos israelitas contra o sul do Líbano já provocaram mais de 600 mortos.

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