Tinder sofre ‘unmatch’ no mercado: se não aumentar receitas, sai da bolsa de Nova Iorque

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Com o número de subscritores pagos a cair há seis trimestres consecutivos, os acionistas da dona do Tinder lançaram um aviso: ou melhoram as suas receitas e investem mais nos produtos, ou arriscam sair da bolsa de Nova Iorque. Será que vamos ter ‘unmatch’?

A dona do Tinder está em grandes apuros. O hedge fund Starboard Value detém 6,6% da Match Group, mas o fundo está a pressionar a casa-mãe do Tinder para uma venda completa caso não consiga melhorar as suas contas.

De acordo com fontes ouvidas pelo “Wall Street Journal”, o Match Group já tinha enfrentado essa pressão por parte da Elliott Investment Management e do Anson Funds Management.

Jeffrey Smith, membro da administração da Starboard, terá enviado um e-mail ao CEO da Match Group, Bernard Kim, a alertar para a necessidade de melhorar o crescimento, o lucro e conter severamente os gastos.

A negociar na bolsa de Nova Iorque, as ações da Match caíram cerca de 12% desde o início do ano, apesar de um aumento significativo de 8% depois do aviso lançado ao dia de ontem. Às negociações desta quarta-feira, a dona do Tinder soma uma capitalização bolsista de 9,29 mil milhões de dólares.

Na opinião do hedge fund, a Match deve melhorar o Tinder, uma vez que representa mais de metade da receita total da empresa, apostando na inovação do produto e em cortes de custo. Dentro da Match Group, a Starboard vê oportunidades em outras aplicações, nomeadamente o Hinge.

Além disso, Jeffrey Smith acredita que a casa-mãe do Tinder deve apostar mais na recompra dos seus próprios títulos. Caso a Match não consiga efetuar estas alterações a curto prazo, deve pensar em privatizar a empresa, retirando-a da bolsa norte-americana.

Desde a pandemia, e especialmente com a subida desenfreada da inflação, que a Match não faz atualizações à plataforma Tinder, afetando o seu desenvolvimento. Também a forte concorrência no negócio das dating apps afetou as receitas do Tinder e, consequentemente, da empresa.

Fonte da empresa disse ao “Wall Street Journal” que a Match está “focada na execução das principais iniciativas, incluindo impulsionar o crescimento do Tinder, continuar a expansão do Hinge, manter a disciplina financeira e ter retorno capital para os acionistas”.

Apesar da queda das receitas e lucros, e sucessivos avisos, o grupo de aplicações de namoros e encontros casuais não parece preocupada. É que a Match Group detém ainda marcas como OkCupid, Match e Plenty of Fish. Enquanto o seu valor de negócio é generoso, mais durante a pandemia quando superou os 40 mil milhões de dólares, a empresa está tranquila em relação aos concorrentes: o Bumble está avaliado em 1,2 mil milhões de dólares e o Grindr em 2,2 mil milhões de dólares.

Como estão as contas?

A Match revelou um crescimento da receita na ordem dos 9% no primeiro trimestre do ano face ao trimestre homólogo. No entanto, o número de utilizadores com subscrição paga caiu 6%, um valor que lançou alertas aos acionistas.

Mas o número de clientes a pagar pelo serviço do Tinder têm vindo a cair desde o quarto trimestre de 2022, quando grande parte das restrições da Covid-19 foram levantadas a nível mundial, voltando a unir pessoas em locais públicos.

No primeiro trimestre do ano passado, o número continuou a cair e o mesmo aconteceu entre abril e junho de 2023. No terceiro e quarto trimestre do ano passado o número de subscritores pagos manteve-se estável, regressando à queda entre janeiro e março deste ano, representando seis trimestres consecutivos a cair.

Desde 2021 que as ações da dona do Tinder têm estado a perder terreno, em parte por conta da concorrência feroz por pare do Bumble. As ações estavam em queda constante há três anos seguidos, verificando uma ligeira melhoria depois dos avisos.

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