Tour. Pogacar quis testar-se e ofereceu "uma pequena vitória" a Vingegaard

3 meses atrás 91

“No circuito final, estava a sentir-me super bem, e o ritmo da Visma[Lease a Bike] já era elevado na primeira passagem. Na segunda, era ainda mais alto e decidi tentar e também testar-me um pouco”, explicou o líder da UAE Emirates.

O único capaz de seguir imediatamente a aceleração de ‘Pogi’ foi Vingegaard, algo que não foi uma surpresa para o campeão do Giro2024.

“Ele foi muito rápido a saltar para a minha roda. […] Rolámos os dois juntos até ao final, mas o Remco [Evenepoel] e o [Richard] Carapaz alcançaram-nos”, lamentou.

Sobre a camisola que agora enverga, o vencedor das edições de 2020 e 2021 da ‘Grande Boucle’ e ‘vice’ nos últimos dois anos preferiu não comprometer-se: “Veremos. Vamos dia a dia”.

Apesar de, tal como no Giro, ter chegado à liderança da geral logo na segunda etapa, Pogacar está empatado em tempo com Evenepoel (Soudal Quick-Step) e Vingegaard, respetivamente segundo e terceiro, assim como com Carapaz (EF Education-EasyPost), que é quarto.

“Hoje, era um dos dias em que esperava perder algum tempo, pelo que ter sido capaz de segui-lo [a Pogacar] é uma pequena vitória para mim e estou muito feliz por ter terminado a etapa junto a ele”, reconheceu o ciclista da Visma-Lease a Bike.

Vítima de uma queda grave na Volta ao País Basco em abril, na qual fraturou a clavícula e várias costelas, sofreu uma contusão pulmonar e um pneumotórax, o dinamarquês esteve internado 12 dias, alguns deles nos cuidados intensivos.

“Este tipo de subidas mais explosivas já eram mais ao jeito dele [Pogacar] antes da minha queda, por isso agora ainda é mais difícil para mim, pela falta de preparação. Assim, ter conseguido acompanhá-lo diz-me que estou de volta. Acho que estou muito perto do meu nível normal”, avaliou o bicampeão em título.

A exibição de hoje dos dois últimos vencedores do Tour levou mesmo o espanhol Pello Bilbao (Bahrain Victorious), sexto classificado na passada edição e atual oitavo da geral, a desabafar: “Parece que esta Volta a França vai ser mais do mesmo. Com o ataque, muitos sofreram, incluindo o [Primoz] Roglic, que não conseguiu seguir o ritmo. Pode ser o Tour entre os dois”.

‘Rogla’ perdeu 21 segundos para Pogacar e Vingegaard e, no final dos 199,2 quilómetros entre Cesenatico e Bolonha, onde se impôs o francês Kévin Vauquelin (Arkéa-B&B Hotels), confessou que hoje não teve pernas.

“Foi duro. Obviamente, queria estar com os da frente, mas não tive pernas”, pontuou o líder da Red Bull-BORA-hansgrohe, revelando ainda que estava mal colocado quando Pogacar atacou: “Não estava na roda. O que é certo é que estava demasiado atrasado e não consegui fazer nada”.

Mas se o experiente esloveno fraquejou, o outro elemento dos ‘Big 4’ das provas por etapas surpreendeu.

“Penso que estes dois primeiros dias correram muito bem tanto a mim como à equipa. Demonstrei que estou na forma certa. Falta-me alguma potência nas pernas se quero seguir acelerações como as do Tadej Pogacar, mas conseguirei fazer isso à medida que formos somando dias de competição”, salientou Remco Evenepoel.

Vice-líder da geral, o novo camisola da juventude conseguiu ‘apanhar’ Pogacar e Vingegaard depois de não ter podido seguir na roda do duo aquando do ataque em San Luca, “por estar demasiado atrás no início da subida”.

“Tive de fechar um espaço entre dois grupos a meio do caminho, pelo que queimei cartuxos que depois me fizeram falta. Contudo, estou muito contente por ter conseguido alcançá-los. A perseguição foi muito dura, mas insisti porque vi que cada vez estava mais perto. Isto é muito bom para a minha confiança”, admitiu o jovem belga de 24 anos.

O vencedor da Vuelta2022 disse ainda sentir-se agora um pouco como ‘Pogi’, o homem que vestiu a camisola branca durante 72 dias e é recordista de vitórias naquela classificação, com quatro, a última das quais o ano passado.

“É uma honra vestir esta camisola”, concluiu.

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