«Trabalhava como DJ e ia para os jogos sem descansar, tinha de dormir no chão do autocarro»

3 horas atrás 19

O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

Apesar de ter apenas 25 anos, Nuno Pina tem já uma vasta experiência e uma carreira cheia de peripécias. O médio-defensivo emigrou bastante jovem para Suíça, país no qual se começou a notabilizar como DJ com 14/15 anos. De forma natural, conciliar esta atividade com a carreira de futebolista não foi uma tarefa fácil. 

«Eu jogava aos domingos, aos sábados saía da noite às 6h da manhã e não dormia. Os treinadores sabiam que eu fazia isso da minha vida, portanto chegava aos jogos e tinha taças de café e Red Bull no meu lugar. Eles até podiam dizer para eu ficar em casa, mas não dava porque era o meu trabalho. Nos jogos fora tínhamos de apanhar o autocarro e fazer viagens de duas/três horas; eu aproveitava e dormia no chão a caminho do jogo. Estava mesmo rebentado, mas há algo que me deixa surpreso. Não sei como, mas eu chegava aos jogos e fazia 90 minutos mesmo a 'andar'», começou por dizer, acrescentando ainda que surpreendia até os seus colegas:

«Na altura estava no Martigny e jogava como ponta de lança. Fui o melhor marcador do campeonato e foi aí que surgiu o interesse do Sion. Eu marcava golos de todas as formas e os meus colegas até ficavam admirados. Eles diziam "Este gajo não dorme, chega aqui e marca e salva sempre a equipa?".»

Agora mais afastado da música, Nuno Pina garantiu estar totalmente satisfeito com o caminho que escolheu. «Na altura, toda a gente sabia quem eu era como DJ. Eu tinha bastante talento, durante quatro anos toquei todas as semanas. No entanto, de um momento para o outro tive de deixar para me dedicar a 100 por cento ao futebol. Não me arrependo, o mundo da noite é muito sujo. Hoje em dia, ser DJ já é considerado uma profissão. Tenho muitos colegas que vivem disso e vivem bem. No entanto, na minha altura a visão era diferente, um DJ era considerado um bandido e mais um gajo da noite», rematou.

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