Transportes em Paris'24 continuam a ser grande preocupação: «Será um dos principais desafios»

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Os transportes continuam a ser a grande preocupação para os Jogos Olímpicos Paris'2024, a 200 dias do arranque do evento, com o chefe da Missão portuguesa, Marco Alves, a acreditar que todas as infraestruturas vão estar concluídas.

Em entrevista à agência Lusa, Marco Alves, que repete o cargo de chefe de Missão que já tinha tido em Tóquio'2020, acredita que o tema dos transportes será "um dos principais desafios desta edição dos Jogos", numa cidade que já é "bastante movimentada" habitualmente.

"Nem sempre as artérias que vão servir estas instalações são muito largas, portanto, mesmo a criação que normalmente acontece sempre em contexto aos olímpicos das Olympic Lanes [faixas de trânsito específicas para transportes oficiais], em alguns locais, é efetivamente difícil", assumiu.

A ideia de os atletas usarem os transportes públicos, defendida pelo comité organizador, é descartada por Marco Alves, que assegura que vão utilizar os controlados pelo comité organizador.

"Vamos imaginar que acontece algum problema de trânsito, algum acidente e que, efetivamente, o transporte que levará os atletas para a competição, por algum infortúnio, chega atrasado, a competição tem de se ajustar a essa situação. Enquanto se for cada um por si, a responsabilidade recai em cada um deles, portanto, não é de toda essa a estratégia que vamos adotar", afiançou.

Contudo, Marco Alves acredita para as restantes pessoas que estiverem envolvidas nos Jogos os transportes públicos, "mesmo assumindo muitas vezes essa falta de pontualidade, algumas estações de metro fechadas em alguns percursos", é a melhor solução, em especial o metro.

Sobre as questões de segurança, o responsável do Comité Olímpico de Portugal (COP) lembra que Paris "é uma cidade que está muito habituada à contestação" e que, em todas as visitas oficiais desde 2019, houve sempre alguns protestos ou greves.

"As forças de segurança também estão habituadas a estes cenários, portanto há muitos planos de contingência que estão a ser colocados no papel, para que efetivamente, com o chamariz dos Jogos, mesmo podendo haver algumas greves, alguns protestos, estejam capazes de resolver e de todo limitar o impacto das mesmas na organização dos Jogos. É efetivamente uma cidade que tem até esta característica, e nós, sendo um país pacífico como somos, não estamos habituados a estas manifestações tão veementes e, muitas vezes até, infelizmente, com recurso a alguma violência, e temos naturalmente alguma preocupação sobre isso", afirmou.

Para Marco Alves, "do ponto de vista das instalações desportivas, as coisas também estão garantidas", até porque "uma grande percentagem dos espaços vai ser simplesmente adaptada às respetivas competições", tendo sido apenas construído o Parque Aquático e a Arena de La Chapelle.

"Mas recorre muito a espaços icónicos da cidade, basta ver a distribuição de competições que acontece desde Les Invalides até à Praça da Concórdia, [...] em edifícios icónicos da cidade, como o Grand Palais, o sopé da Torre Eiffel. Há um recurso a muitas instalações que já existem na cidade, o que, do ponto de vista da preparação das mesmas, dá outra segurança", assegurou.

Os Jogos Olímpicos Paris'2024 decorrem de 26 de julho a 11 de agosto.

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