Tribunal avança com julgamento do caso de criança que morreu a fazer desafio do Tiktok nos EUA

1 mes atrás 51

Uma menina de 10 anos morreu na Pensilvânia, EUA, a tentar vencer um desafio que viu no Tiktok. Inicialmente, o caso foi rejeitado, mas esta terça-feira, um grupo de três juízes reenviou o caso para o tribunal de primeira instância.  

O vídeo conhecido por "desafio do apagão" ficou viral em 2021 e passava por as pessoas se sufocarem até perderem a consciência. Nylah Anderson, uma menina de 10 anos, viu o desafio e morreu a tentar vencê-lo.

A mãe da menina encontrou-a sem reação no armário da sua casa em Chester, perto de Filadélfia, e tentou reanimá-la. A criança morreu cinco dias depois.

O caso já tinha chegado a tribunal, mas foi rejeitado por um juiz distrital que citou a secção 230 da Lei de Decência das Comunicações de 1996. A lei referida é utilizada para proteger as empresas com presença na Internet por publicações feitas por outras pessoas.  

Segundo o NBC10 Philadelphia, um grupo de três juízes do tribunal de recurso reenviou, esta terça-feira, o caso de novo para o tribunal de primeira instância para voltar a ser julgado. O TikTok pode ser considerado responsável por promover o conteúdo ou utilizar um algoritmo para o direcionar para as crianças.

Patty Shwartz, uma juíza do 3º Tribunal do Circuito dos EUA em Filadélfia, escreveu esta terça-feira que "o TikTok faz escolhas sobre o conteúdo recomendado e promovido a utilizadores específicos e, ao fazê-lo, está envolvido no próprio discurso". 

O juiz Paul Matey considera que a aplicação é culpada, uma vez que "Nylah não fazia ideia do que estava a fazer ou que seguir as imagens no seu ecrã a mataria. Mas o TikTok sabia que Nylah ia assistir porque o algoritmo personalizado da empresa colocou os vídeos na sua página".

Os advogados da mãe, Tawainna Anderson, defendem que o conteúdo apareceu no feed "For You" de Nylah Anderson.

Tawainna Anderson partilhou, numa conferência de imprensa em 2022, que não consegue "parar de recordar aquele dia". Não pode trazer a filha de volta, mas "é hora de parar com estes desafios para que outras famílias não experimentem o desgosto" que vive todos os dias.  

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