Tribunal Superior de Londres congela 670 milhões de euros controlados por Isabel dos Santos

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Um dos bens agora congelados por ordem do Tribunal Superior de Londres será uma propriedade em South Kensington, um dos bairros mais luxuosos da capital britânica.

O Tribunal de Londres decreta congelamento de 660 milhões de euros de património de Isabel dos Santos. Em causa está uma ação da operadora angolana de telecomunicações UNITEL. A notícia é da televisão parceira da SIC, Sky News.

Um sobrevoo pelo património daquela que já foi a mulher mais rica de África prova-nos que há mesmo muito por onde congelar.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, de que a SIC e o Expresso fazem parte, descobriu uma parcela significativa desse património da empresária, registado em diversas offshores, sedeadas em paraísos fiscais.

100 milhões de euros de alto luxo imobiliário espalhado pelo mundo, de londres ao Mónaco, de Lisboa a Angola e ao Dubai, esta ilha artificial, onde está registada a atual morada permanente de Isabel dos Santos.

Um dos bens agora congelados por ordem do Tribunal Superior de Londres será uma propriedade em South Kensington, um dos bairros mais luxuosos da capital britânica. Este imóvel estará agora avaliado em 13 milhões de euros.

Ainda assim, uma gota de água nesse oceano de 660 milhões de euros, agora congelados pela justiça londrina.

O Tribunal Superior de Londres deu razão à operadora angolana de telecomunicações Unitel.

Em causa estão empréstimos feitos em 2012 e 2013 pela Unitel Angola à Unitel Internacional, detida por Isabel dos Santos. Nesses dois anos, Isabel dos Santos era administradora da Unitel Angola, a entidade que fez os empréstimos à Unitel Internacional.

Isabel dos Santos reagiu à Sky News, a televisão porta-voz desta notícia, recorrendo ao chavão que tem utilizado neste tipo de situações com a justiça. A empresária diz-se vítima de uma campanha de opressão, aplicada por Angola.

Pende sobre a engenheira, filha do falecido José Eduardo dos Santos, um mandado de captura internacional, emitido pela Interpol a 18 de novembro de 2022.

A raiz do mandado está numa queixa do Estado angolano, que reclama mil milhões de euros, alegadamente, desviados pela empresária dos cofres do país.

Isabel dos Santos é, por isso, uma mulher condicionada a esta ilha artificial no Dubai, que serve de chão à morada permanente da empresária e dos filhos. Se sair de lá para qualquer país onde existam acordos de extradição em vigor, a filha do antigo Presidente de Angola pode ser presa.

Apertada naquele cantinho de luxo, Isabel dos Santos ainda tentou disfarçar na entrevista que deu à DW África.

Isabel dos Santos tem tido experiências negativas com a justiça. Em junho passado, o Tribunal de Recurso de Amesterdão, nos Países Baixos, condenou-a por gestão danosa e falsificação de documentos pelo desvio de 53 milhões de euros da Sonangol, a empresa pública angolana de que foi presidente.

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