Dos três arguidos, um deles faltou à audiência de julgamento, tendo os outros dois optado por remeter-se ao silêncio.
Os três homens estão acusados dos crimes de extorsão agravada na forma tentada, ofensa à integridade física qualificada e coação agravada. Um deles responde ainda por um crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade.
O coletivo de juízes começou por ouvir o depoimento de uma das vítimas, um advogado que disse ter sido contactado pelos arguidos para prestar um serviço num processo de divórcio.
O ofendido contou o clima de "terror" que viveu às mãos dos arguidos, tendo sido alvo de agressões e de tentativas de extorsão através de mensagens escritas enviadas para si e para a sua esposa, a exigir a entrega de quantias monetárias não apuradas.
Perante o coletivo de juízes, a vítima disse que chegou a ir viver para casa dos sogros e de uma amiga e não podia estar com os filhos porque "estava com receio que eles fossem expostos".
"Tínhamos uma vida tranquila, feliz. Tivemos um período horrível da nossa vida. Não desejo isso a ninguém", disse, adiantando que teve de contratar um segurança para o acompanhar, além de montar um sistema de videovigilância em casa e portas de segurança nos quartos.
A acusação do Ministério Público (MP) descreve três tentativas de extorsão com o mesmo número de ofendidos, ocorridas entre fevereiro e abril de 2022, em vários municípios dos distritos de Aveiro e Coimbra.
Os arguidos foram detidos pela GNR em junho de 2022, culminando uma investigação que decorreu durante quatro meses.
Na altura, a GNR referiu que os suspeitos atraíam as vítimas a um encontro para prestação de um serviço ou adquirir um bem e já no local agrediam as vítimas, ameaçando e coagindo-as de seguida.
Segundo a GNR de Aveiro, as ações dos suspeitos sobre as vítimas em alguns casos culminaram com internamento hospitalar e causaram "medo, inquietação e grande pânico".
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