Turquia liderou crescimento da riqueza em 2023 a nível mundial apesar da elevada inflação

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Em termos reais, a riqueza na Turquia cresceu 63%, embora esse avanço dispare para 157% em termos nominais. A inflação de 73% de 2023 erodiu parte do poder de compra, mas valorizou ativos financeiros, como as casas, detidas pelas famílias turcas.

A Turquia registou o ritmo mais alto de crescimento da riqueza em 2023, isto apesar de enfrentar uma das taxas de inflação mais elevadas do mundo, atingindo um avanço de 157% em termos nominais. A conclusão é de um relatório da UBS, que fala também numa tendência de abrandamento global da riqueza das famílias.

Apesar da inflação de 73% registada em 2023 na economia turca torna este resultado ainda mais surpreendente, mas uma análise em termos reais (ajustando os valores para dólares) confirma um crescimento de 63% na riqueza das famílias turcas. Este avanço pulveriza a concorrência, com os dois países seguintes na lista, o Qatar e a Rússia, a registarem avanços nominais próximos de 20%.

Ainda assim, em economias como a russa, o avanço em termos nominais traduz-se numa perda em termos reais, dado o efeito da inflação. O inverso verificou-se, por exemplo, no Brasil, onde uma descida de 4% na riqueza em reais se traduz num ganho de 3,4% em dólares.

A UBS considera como riqueza o valor financeiro dos ativos detidos pelos cidadãos menos a sua dívida, assemelhando-se a um balanço das famílias. Para efeitos de simplificação, foram consideradas 54 economias que, estima o banco, representam 92% da riqueza mundial, além de terem sido subtraídas as crianças, tomando-se apenas os 3,7 mil milhões de adultos a nível global.

Apesar do efeito que a inflação tem no rendimento disponível das famílias, diminuindo-o dada a subida de preços, a riqueza detida sob forma de ativos tangíveis também sobe. A título de exemplo, imóveis propriedade de indivíduos, como as suas casas, valorizam com a subida generalizada de preços, funcionando como um acréscimo de riqueza nos seus balanços.

A Europa continua a registar os níveis mais elevados de riqueza, embora o crescimento seja o mais baixo a nível global. Desde 2008, o a riqueza média por adulto na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) cresceu 48%, o que compara com os 122% na região Ásia-Pacífico ou os 110% registados nas Américas.

Os EUA continuam, contudo, a ser o país com mais milionários do mundo, com 43% dos indivíduos cuja riqueza supera um milhão de dólares. No entanto, a Suíça regista o valor médio mais elevado por adulto, seguido por Luxemburgo e Hong Kong antes de EUA e Austrália fecharem o top-5.

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