%u201CEsta é a sua casa%u201D, diz António Costa. %u201CO Brasil está de volta%u201D, responde Lula da Silva

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Uma data, 22 de abril, escolhida por Lula da Silva, para retomar as cimeiras entre os dois Estados, interrompidas durante o Governo de Jair Bolsonaro e a pandemia de Covid-19, por ter sido nesse dia que, em 1500, os primeiros portugueses chegaram ao Brasil.

Após a assinatura de 13 protocolos e acordos em áreas tão diferentes como a ciência, o audiovisual e a Justiça, António Costa tomou a palavra para garantir que %u201Cviramos uma página%u201D, prometendo que estes encontros passarão a ser anuais.

O primeiro-ministro português considerou ser uma %u201Chonra%u201D receber Lula da Silva, agradecendo ao presidente brasileiro a primazia dada a Portugal na sua primeira visita à Europa desde que foi %u201Creeleito%u201D. %u201CEsta é a sua casa%u201D afiançou.

Lula da Silva respondeu que sai %u201Cmuito feliz%u201D da Cimeira aproveitando para frisar o papel central de Portugal nas relações brasileiras com a África lusófona, países a quem o Presidente demonstrou um profundo %u201Cagradecimento%u201D por todo o legado.

%u201CComo é possível não reconhecer a importância de Portugal%u201D, porta %u201Cde entrada%u201D na Europa, questionou Lula da Silva, ao fazer um balanço negativo do legado do seu antecessor, Jair Bolsonaro.

O presidente brasileiro frisou que %u201Cestamos a reconstruir%u201D o que foi %u201Cdestruído%u201D pelo Governo de Jair Bolsonaro, que comparou a um bando de %u201Cgafanhotos num milharal%u201D.

Agora, %u201Co Brasil está de volta%u201D, para melhorar a relação e %u201Cpartilhar as oportunidades de crescimento%u201D, prometeu o chefe de Estado brasileiro, cuja política futura com Portugal passa por %u201Cconstruir a política de compartilhamento, de sociedade, para que as empresas possam crescer juntos%u201D.

Só assim será possível %u201Cdar ao Brasil um lugar no mundo que ele já devia ter conquistado%u201D acrescentou Lula da Silva. %u201CNão é possível que em 500 anos o Brasil não tenha merecido uma chance de crescer%u201D, lamentou.

Anunciando diversos pontos do seu programa de governo incluindo investimento em obras iniciadas que ficaram paradas no anterior mandato, Lula da Silva sublinhou que %u201Cnós provamos que é possível fazer o nosso país crescer%u201D.

Antes, António Costa referira que %u201Ctemos muita matéria para trabalhar em conjunto%u201D, sobretudo no mais importante, %u201Cas pessoas%u201D.

Os acordos assinados esta tarde estabelecem diversas vias-rápidas entre os dois países em matérias como o ensino, com a %u201Cconcessão de equivalência do ensino básico e secundário%u201D, a Justiça, desde o %u201Creconhecimento mútuo das cartas de condução%u201D à proteção de testemunhas e ao combate à xenofobia e o racismo.

António Costa lembrou simbolicamente os lados que unem Brasil e Portugal e frisou o %u201Cestreitamento das relações económicas entre Portugal e o Brasil%u201D. %u201CEntre Sines e Fortaleza que estão os cabos de amarração dos cabos de fibra ótica%u201D que ligam o continente europeu e a América do Sul, referiu.

%u201CIncentivar as parcerias%u201D, em domínios tão variados como a energia e da geologia ou o turismo, foi o grande objetivo. O primeiro-ministro português lembrou mesmo que %u201Cas empresas portuguesas têm investido fortemente no Brasil%u201D e revelou iniciativas futuras.

%u201CA EDP e a Galp vão investir nos próximos anos 5.7 mil milhões de euros em projetos energéticos no Brasil%u201D anunciou António Costa, lembrando o papel da EDP na investigação do hidrogénio verde que decorre no Brasil e antevendo grandes vantagens para ambos os Estados nesse setor.

Outras áreas beneficiam igualmente de novos acordos, como a cultura, com a assinatura de um protocolo na área cinematográfica, e a ciência, %u201Cquer entre as agências espaciais, quer para os projetos de investigação em bio-medicina%u201D.

Reforçar a cooperação entre os países no âmbito da CPLP, da Mercosul e das Nações Unidas, sobretudo quanto à importância do idioma português no mundo.

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