Emma Wheeler, Head of Women’s Wealth, UBS Global Wealth Management e Diana Chambers, Family Wealth Mentor falaram do papel da mulher na mudança cultural de aumentar a poupança, nomeadamente em Portugal, tradicionalmente um país com baixos níveis de poupança e baixos salários.
“Em vários mercados, as mulheres já comandam uma riqueza substancial, com potencial para impulsionar o dinamismo económico e a resiliência. A nível mundial, o património das mulheres registou crescimento sem precedentes na última década. Atualmente, as mulheres controlam atualmente 32% da riqueza mundial, de acordo com o Boston Consulting Group (BCG)”, disse Emma Wheeler, Head of Women’s Wealth, UBS Global Wealth Management, que veio a Portugal esta sexta-feira para falar do programa Women’s Wealth, criado em 2017 com o objetivo de dotar as mulheres de literacia financeira para as ensinar a investir e a poupar.
“Nos próximos 25 anos as mulheres vão controlar 50% da riqueza mundial e em algumas jurisdições será até 70% nas próximas duas gerações, isso é significativo”, acrescentou Emma Wheeler.
Até porque as sociedades estão a mudar e já há muitas mulheres que são obrigadas a gerir as suas finanças. O paradigma de que não se fala de negócios porque isso é tema dos homens, mais precisamente dos maridos, está a mudar. Não só porque hoje as mulheres estão em lugares de topo nas empresas e nos bancos, mas porque cada vez há “menos” maridos para a vida. As mulheres sozinhas, solteiras ou divorciadas, é uma realidade galopante nas sociedades modernas.
“Eu acho que precisamos de mais mulheres a tomar decisões de investimento e isso não acontece porque questões culturais diversas”, referiu Emma Wheeler.
A gestora disse também que “mais de um terço dos nossos clientes são mulheres atualmente” e que “em 2025 espera-se que sejam 35%”.
Emma Wheeler, Head of Women’s Wealth, UBS Global Wealth Management e Diana Chambers, Family Wealth Mentor falaram do papel da mulher na mudança cultural de aumentar a poupança, nomeadamente em Portugal, tradicionalmente um país com baixos níveis de poupança e baixos salários.
O programa da UBS programa Women’s Wealth chegou a Portugal e esse foi o mote para um encontro dedicada ao desenvolvimento da inteligência emocional ligada à gestão do património.
As gestoras defendem que existem diferenças nítidas entre as mulheres e dos homens no que toca à gestão de fortunas. Além da diferença salarial, pausas na carreira e responsabilidades com o cuidado dos filhos, as mulheres têm mais aversão ao risco nos seus investimentos, preferindo, por exemplo, obrigações e imóveis a ações.
As mulheres podem ter menos tolerância a risco porque tendem a subestimar a probabilidade de ganhos.
“Num mundo em que persistem as disparidades entre os géneros, as mulheres têm a oportunidade de compensar, pelo menos parcialmente, essas desigualdades com uma estratégia de investimento sólida. Além disso, como tendem a viver mais tempo do que os homens, o seu planeamento do património tem de ter em conta uma vida mais longa. É, por isso, importante sensibilizar para o impacto das diferenças entre as poupanças e reformas e estudar a melhor forma de investir para atingir os objetivos de vida”, defende a Head of UBS Women’s Wealth.
Emma Wheeler e Diana Chambers citaram a publicação de estudos como o Women and Investing ou o Global Family Office Report 2024.
A face da riqueza está a mudar com o aumento da propriedade e do controlo da riqueza pelas mulheres. O exemplo em Portugal é que dois dos maiores grupos familiares, o Grupo Amorim e o Grupo Semapa, têm à frente as herdeiras que são mulheres.
O banco UBS tem presença em Portugal desde agosto de 2023, aquando da aquisição do Credit Suisse e é liderado por Carlos Santos Lima, country head.