Ucrânia. Bombardeamento russo mata dois civis em Kupyansk

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As autoridades ucranianas indicaram hoje que um bombardeamento russo contra alvos civis na cidade de Kupyansk deixou pelo menos dois mortos e cinco feridos, apontando para uma intensificação dos ataques nesta região do leste do país.

"Há mortos e feridos. Um café e uma igreja foram destruídos", informou a Polícia Nacional através do seu canal na rede Telegram.

Segundo esta fonte, uma mulher de 31 anos que se encontrava no café ficou ferida, enquanto o seu irmão, de 39 anos, morreu na sequência do ataque à bomba teleguiado.

O governador da região de Kharkiv, Oleg Siniegubov, confirmou esta informação e referiu que a segunda vítima mortal é um padre de 58 anos que ficou soterrado sob os escombros da igreja atacada.

Os feridos, três mulheres e dois homens, foram encaminhados para assistência médica, acrescentou.

Siniegubov destacou que os bombardeamentos russos contra a região de Kharkiv estão a ser intensificados e que na localidade de Veliki Burluk um ataque a uma estação ferroviária matou um homem e uma menina de seis anos, enquanto a mãe da vítima ficou em estado grave.

"Planeamos estudar a retirada forçada de famílias com crianças de todas as localidades da área de Kupyansk na próxima reunião do Conselho de Defesa da região de Kharkiv", referiu.

As forças russas tomaram a cidade em 27 de fevereiro de 2022, três dias apenas depois do início da invasão da Ucrânia, e manifestações contra os ocupantes foram então reprimidas com gás lacrimogéneo.

Durante seis meses de ocupação, a cidade ficou sem comunicações e isolada do exterior e os habitantes foram sujeitos a ações de repressão, que incluíram, de acordo com as autoridades locais, tortura.

Desde a libertação de Kupyansk, segundo declarações do administrador militar, Andrii Besedin, à Lusa em 10 de fevereiro, o Exército russo mantém a cidade sob mira, mas, mesmo quando teve superioridade em homens e munições, "a situação não se alterou", com a linha da frente a mover-se apenas "cem metros mais para a frente ou mais para trás".

Isso explica, de acordo com o responsável, a forma como a cidade é fustigada quase diariamente em bombardeamentos aéreos e de artilharia e o comportamento de "um inimigo que só destrói".

Dos 57 mil habitantes antes da guerra, restam cerca de sete mil no município de Kupyansk, que, segundo uma estimativa das autoridades locais, ficou com 30% das suas infraestruturas destruídas.

A iminência de um assalto russo a Kupyansk, onde se mantém uma forte presença militar ucraniana, tem sido noticiada há mais de um mês, e ganhou nova relevância após a queda de Adviivka, na província de Donetsk há uma semana e meia.

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