O primeiro-ministro assegurou que a oposição do primeiro-ministro húngaro não irá impedir o apoio financeiro da UE. Explicou ainda as razões partilhadas pela Hungria para o voto contra o apoio à Ucrânia.
António Costa não tem dúvidas de que o apoio de 50 mil milhões de euros à Ucrânia está garantido, ainda que uma parte esteja suspensa até final do mês de janeiro, “enquanto decorrem as negociações” com a Hungria, que visam assegurar que este país não impedirá o apoio. A garantia foi deixada pelo ainda primeiro-ministro, em Bruxelas, na sequência do Conselho Europeu, em que os restantes 26 Estados-membros votaram favoravelmente.
Em causa está a necessidade de decidir se o apoio é prestado dentro ou fora do quadro financeiro plurianual da UE.
Costa recordou que o primeiro-ministro húngaro “manifestou desde o princípio” a oposição à alteração do “quadro financeiro plurianual”. A causar o ceticismo de Viktor Orbán estará o congelamento dos fundos da UE para a Hungria, de acordo com as declarações entretanto prestadas pelo próprio líder da Hungria.
“Nessa matéria, a Hungria não só discordou do financiamento à Ucrânia, mas também do pagamento dos juros do Next Generation”. Trata-se de um programa que visa transformar as economias europeias e que deu origem, no caso português, ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Ora, a Hungria mostrou-se contra precisamente por consequência do congelamento dos fundos, que dita que a Hungria não poderá receber o financiamento em causa.
De todo o modo, António Costa sublinhou a abertura dos húngaros para permitir o início das negociações, apesar da discórdia. Um aspeto que descreve como um “sinal muito positivo”, pela decisão de não bloquear o apoio, apesar de não se querer associar-se ao mesmo.
Caso a Hungria mantenha a posição, os restantes 26 Estados-membros “avançarão, no quadro da UE”, caso tal seja possível. Se não o for, está em vista uma base multilateral ou bilateral, de forma a apoiar a Ucrânia.
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