Ucrânia. Zelensky apela à união do Ocidente para deter "predador" Putin

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O presidente ucraniano aproveitou o Fórum Económico Mundial para voltar a pressionar o Ocidente na ajuda financeira e militar para a ofensiva contra a Rússia.

Num discurso em Davos, Zelensky alertou que Vladimir Putin é um “predador” e não ficará satisfeito com um conflito “congelado”.

"Depois de 2014, foram feitas tentativas de congelar a guerra em Donbass. Mas Putin é um predador que não fica satisfeito com produtos congelados”, disse Zelensky.

“Na verdade, Putin personifica a guerra. Ele não vai mudar”, alertou.

“Putin tem de se arrepender. Precisamos que ele perca. Temos de finalmente desconstruir a ideia de que a unidade global é mais fraca do que o ódio de um homem, e nós podemos fazê-lo”, insistiu.

Zelensky teceu também duras críticas aos apelos do Ocidente para evitar uma escalada do conflito, afirmando que essas preocupações sobre uma possível escalada fizeram com que Kiev perdesse tempo na sua luta contra a Rússia”.

"Para nós, cada 'não à escalada' soa como um "Vocês vencerão" dirigido a Putin", asseverou.
"Sinais positivos" da UE
Zelensky adiantou ter recebido “sinais positivos” da União Europeia relativamente a apoios financeiros e apelou ao investimento internacional para fortalecer a economia ucraniana.

"Apenas o nosso povo e os seus investimentos podem construir uma economia forte. Precisamos de investimentos normais de empresas previsíveis e transparentes", apelou. "Fortaleçam a nossa economia, fortaleceremos a vossa segurança", rematou.

Zelensky disse ainda que espera que os EUA aprovem novos apoios dentro de semanas, tendo discutido a cooperação de defesa entre a Ucrânia e os EUA com o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, em Davos.

Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia sublinhou que a Europa precisa de continuar a apoiar Kiev, reforçando que é preciso financiamento “previsível”.

“Devemos continuar a fortalecer a sua resistência. Os ucranianos precisam de financiamento previsível ao longo de 2024 e além disso”, declarou Ursula von der Leyen num discurso perante o Fórum de Davos.

“Eles precisam de um fornecimento sustentado de armas para defender a Ucrânia e recuperar o seu território legítimo. Eles precisam de capacidades para dissuadir futuros ataques da Rússia”, disse von der Leyen, reiterando que “o futuro melhor da Ucrânia chama-se Europa”.

O presidente ucraniano aproveitou também este encontro em Davos para voltar à agenda da adesão à NATO. À margem da cimeira, Zelensky disse ao secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, que espera que a NATO ajude à aproximação do seu país ainda este ano.
Zelensky pede ajuda para obter "superioridade aérea"
O presidente ucraniano apelou também aos aliados ocidentais para ajudarem a Ucrânia a obter “superioridade aérea” sobre a Rússia com a entrega de aviões de combate, alegando já ter recuperado a vantagem contra a frota de Moscovo no Mar Negro.

“Os nossos parceiros conhecem as nossas necessidades e em que quantidade”, disse Zelensky, acrescentando que a Ucrânia provou que “poderia atacar aviões militares russos que ninguém tinha abatido até agora”.

Na segunda-feira, Kiev reivindicou a destruição de dois aviões russos de comando sobre o mar de Azov, e que poderá significar um rude golpe para a Rússia numa zona que deveria controlar.

c/agências

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