Ucrânia: Zelensky já chegou à Suíça para a Conferência para a Paz

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Na rede social X, Zelensky sustentou que “a Cimeira da Paz constituirá uma oportunidade para a maioria global tomar medidas específicas em áreas importantes para todos no mundo: segurança nuclear, segurança alimentar e regresso dos prisioneiros de guerra e de todas as pessoas deportadas, incluindo as crianças ucranianas deportadas”.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já chegou à Suíça para participar, este fim de semana, na Conferência para a Paz na Ucrânia, com a participação de perto de uma centena de países e organizações, mas não da Rússia.

“Cheguei à Suíça para a Cimeira Mundial da Paz. Serão dois dias de trabalho ativo com países de todas as partes do mundo, com nações diferentes que, no entanto, estão unidas por um objetivo comum de trazer uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, anunciou o próprio na rede social X, numa publicação acompanhado de uma foto sua a sair do avião.

Na mesma publicação, Zelensky sustentou que “a Cimeira da Paz constituirá uma oportunidade para a maioria global tomar medidas específicas em áreas importantes para todos no mundo: segurança nuclear, segurança alimentar e regresso dos prisioneiros de guerra e de todas as pessoas deportadas, incluindo as crianças ucranianas deportadas”.

Apontando que a conferência contará com a participação de perto de 100 países e organizações internacionais, o Presidente ucraniano agradece “a todos os que decidiram participar e demonstrar liderança global e empenhamento na paz, no direito internacional e na Carta das Nações Unidas”.

“Juntos, como maioria global responsável, temos de envidar todos os esforços para garantir que as guerras, as agressões e a ocupação colonial possam terminar e que nunca mais se repitam. Estou certo de que todos no mundo estão interessados numa paz justa e no respeito por todas as nações”, escreveu ainda Zelensky, concluindo que é necessário “restaurar a plena força da Carta das Nações Unidas”.

A Suíça acolhe entre sábado e domingo a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.

O objetivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido formulado por Zelensky, é “inspirar um futuro processo de paz”, tendo por base “os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional”.

Nesta cimeira, que começa no sábado à tarde na luxuosa estância suíça de Burgenstock, nos arredores de Lucerna, centro da Suíça, para a qual foram destacados 4 mil militares para garantir a segurança do evento, a Ucrânia espera obter um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspetiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia, que atualmente ocupa cerca de 20% do seu território, na sequência da ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

Entre os participantes – cerca de metade dos quais da Europa – contam-se, além de Zelensky, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Entre os grandes ausentes da cimeira, para a qual haviam sido convidados 160 países e delegações, destaque naturalmente para a Rússia, que por diversas deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky – que prevê na sua formulação inicial uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte de Moscovo e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos -, e acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

O outro grande ausente de peso é a China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, que rejeitou participar dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin (presidência russa) para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

Portugal estará representado na conferência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

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