O alto representante para a Política Externa e Segurança da UE, Josep Borrell, sublinhou hoje, em comunicado, que o organismo "condena nos termos mais veementes a recente onda de repressão contra antigos presos políticos ainda presentes na Bielorrússia e os seus familiares".
Esta nova onda de repressão afeta "mais de 100 pessoas, muitas das quais foram presas", frisou o chefe da diplomacia da UE.
A Bielorrússia prepara-se para as eleições legislativas de 25 de fevereiro sem qualquer previsão de surpresa, estando o poder inteiramente concentrado nas mãos do presidente Alexander Lukashenko, que lidera o país há 30 anos.
"O regime de Lukashenko continua as suas deploráveis táticas de intimidação e repressão contra aqueles que o criticam e contra possíveis adversários políticos antes das eleições de fevereiro", denunciou ainda o diplomata espanhol.
O Governo norte-americano também condenou as "prisões, detenções e ataques gerais aos direitos humanos" do regime.
"Continuaremos a responsabilizar o regime, através de sanções e outros meios, pela sua dura repressão, bem como pelo seu apoio contínuo à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", garantiu o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado.
Em 2020, a Bielorrússia foi abalada por um histórico movimento de protesto para denunciar a controversa reeleição de Lukashenko, no poder desde 1994.
Prisões em massa, exílios forçados e prisão de ativistas e jornalistas democráticos destruíram este movimento com o apoio de Moscovo, o principal aliado de Minsk.
A organização não-governamental (ONG) Viasna sublinhou esta semana que cerca de 160 pessoas foram detidas, interrogadas ou tiveram as suas casas revistadas.
As buscas tiveram como alvo "familiares e pessoas próximas de presos políticos ou ex-prisioneiros políticos que foram recentemente libertados e permaneceram na Bielorrússia", alertou esta ONG.
A Viasna destacou que a polícia procura, em particular, vestígios de contas bancárias no estrangeiro e que as buscas podem estar ligadas ao recebimento de ajuda de organizações exiladas que trabalham para as famílias dos detidos.
Segundo a ONG, o país tem mais de 1.400 presos políticos.
A opositora exilada, Svetlana Tikhanovskaya, agradeceu à UE pela sua "firme solidariedade", apelando ao mundo para reagir a esta "nova onda de intimidação".
Na quarta-feira, Tikhanovskaya disse que Marina Adamovitch, mulher de um opositor preso, foi condenada a 15 dias de prisão.
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