UE poderá lançar ajuda por via aérea em Gaza como último recurso

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Questionado sobre a ajuda humanitária aos civis palestinianos, o porta-voz do executivo comunitário para a Gestão de Crises, Balazs Ujvari, referiu que Bruxelas está a "analisar muito atentamente a possibilidade" de fazer chegar a assistência por via aérea.

Para tal, adiantou o porta-voz, terão de ser usados parceiros já no terreno ou os meios colocados pelos Estados-membros à disposição do Mecanismo de Proteção Civil europeu.

Esta possibilidade, salientou ainda o representante, será sempre uma solução de último recurso, não só pela menor quantidade de bens que podem ser distribuídos mas também porque "não substitui o trabalho humanitário no terreno", que deve estar garantido pelo direito internacional.

Uma porta-voz da UNICEF disse hoje à agência Lusa ter testemunhado horrores na Faixa de Gaza, onde milhares de crianças já morreram de fome e de doença e outras tantas estão com a vida em perigo.

Entrevistada a partir de Lisboa, Tess Ingram, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que se encontra em Amã (Jordânia), onde está atualmente colocada, disse à Lusa que nunca pensou assistir a tanto horror durante a visita de uma semana, em trabalho, que efetuou ao sul e centro do enclave palestiniano.

Em 07 de outubro de 2023, combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

O conflito fez até agora na Faixa de Gaza mais de 30 mil mortos, mais de 71.000 feridos e cerca de 8.000 desaparecidos soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

Segundo a ONU, há ainda quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de desnutrição que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

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