UE "profundamente chocada" com situação de fome na Faixa de Gaza

4 meses atrás 76

Num comunicado conjunto, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, salientam que esta é uma "situação sem precedentes", sublinhando que "nunca nenhuma análise do IPC [Classificação das Fases de Insegurança Alimentar] registou tais níveis de insegurança alimentar em qualquer parte do mundo".

Para a UE, a avaliação do IPC, divulgada na quinta-feira, denuncia "um acontecimento grave que deve constituir um sinal de alerta para que o mundo inteiro atue agora para evitar uma catástrofe humana devastadora".

Para evitar que as pessoas em Gaza morram de fome, sublinham os representantes comunitários, deve ser assegurada a proteção de civis e o acesso de ajuda humanitária e de profissionais de saúde, bem como a distribuição de alimentos em quantidade suficiente.

Segundo a iniciativa IPC, "as hostilidades, incluindo os bombardeamentos, as operações terrestres e o cerco de toda a população, provocaram níveis catastróficos de insegurança alimentar aguda em toda a Faixa de Gaza".

A entidade destaca ainda que cerca de 85% da população do enclave palestiniano (1,9 milhões de pessoas) está deslocada e atualmente concentrada numa área geográfica cada vez mais pequena.

A estimativa refere ainda que, entre 24 de novembro de 07 de dezembro, mais de 90% da população da Faixa de Gaza (cerca de 2,08 milhões de pessoas) enfrentava níveis elevados de insegurança alimentar aguda, classificados na Fase 3 do IPC ou acima (crise ou pior).

Entre estes, mais de 40% da população (939.000 pessoas) encontrava-se em situação de emergência (IPC Fase 4) e mais de 15% (378.000 pessoas) em situação de catástrofe (IPC Fase 5).

As escalas do IPC são atualmente utilizadas em 30 países, alguns dos quais enfrentam as piores crises alimentares do mundo.

O Governo do movimento islamita palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, anunciou esta semana que as operações militares israelitas fizeram 20 mil mortos no enclave desde o início da guerra, a 07 de outubro, contabilizando também 52.600 feridos.

Israel declarou guerra ao Hamas, em retaliação ao ataque de 07 de outubro perpetrado pelo grupo em território israelita, que fez 1.139 mortos, na maioria civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Cerca de 250 pessoas foram também sequestradas nesse dia e levadas para Gaza, 129 das quais se encontram ainda nas mãos do movimento islamista, considerado uma organização terrorista pela UE, pelos Estados Unidos e por Israel.

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