UE sanciona 19 empresas chinesas, incluindo gigante de satélites

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Estas empresas sediadas na China, incluindo várias em Hong Kong, estão incluídas na lista publicada no Jornal Oficial da União Europeia (UE).

Os ocidentais acusam constantemente Pequim de apoiar o esforço de guerra russo, o que a China nega.

O 14.º pacote de sanções contra a Rússia, aprovado formalmente hoje pelos 27 Estados-membros da UE, acrescenta um total de 61 novas empresas à lista de entidades acusadas de "apoiar diretamente o complexo militar-industrial russo" na guerra na Ucrânia.

Estas empresas estão sujeitas a restrições comerciais drásticas relativas a "bens e tecnologias de dupla utilização (civil e militar) ou suscetíveis de contribuir para o desenvolvimento tecnológico do setor de defesa russo". No total, 675 empresas estão agora nesta lista.

Entre as empresas recém-adicionadas estão duas grandes figuras da indústria de satélites da China, envolvidos na venda de satélites e no fornecimento de imagens de satélite ao grupo mercenário russo Wagner.

Em outubro, uma investigação da agência France-Presse (AFP) revelou a existência de um contrato datado de novembro de 2022 pelo qual a empresa Beijing Yunze Technology Co. Ltd vendeu dois satélites por cerca de 31 milhões de dólares a uma empresa da esfera do chefe do grupo paramilitar Wagner, Evgeni Prigozhin.

Os dois satélites de observação de altíssima resolução pertenciam à Chang Guang Satellite Technology (CGST), um dos maiores operadores espaciais do mundo em termos de nível tecnológico e número de satélites, sancionado hoje pela UE.

Outra empresa visada é a de imagens de satélite Head Aerospace Technology: este grupo chinês já tinha sido afetado em 2023 por medidas retaliatórias dos Estados Unidos, entre "80 entidades e indivíduos" acusados por Washington de "facilitar a agressão russa" na Ucrânia.

A Head Aerospace Technology foi então descrita como tendo "fornecido imagens de satélite de locais ucranianos a entidades afiliadas" a Wagner.

Mesmo que a China não entregue diretamente armas à Rússia, os Estados Unidos acusam as empresas chinesas de fornecerem componentes e equipamentos ao setor do armamento russo.

"Opomo-nos resolutamente a que os Estados Unidos divulguem informações falsas sem qualquer prova e culpem a China", realçou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês sobre a acusação de Washington.

Entre as 61 novas empresas sancionadas pela UE, metade está sediada na Rússia, 19 na China, 9 na Turquia, duas no Quirguistão, uma na Índia, uma no Cazaquistão e uma nos Emirados Árabes Unidos.

Alguns contornaram as "restrições comerciais (impostas pelo Ocidente), na compra de componentes sensíveis utilizados, por exemplo, na produção de drones, ou no apoio material às operações militares russas", segundo a UE.

Esta lista distingue-se de uma "lista negra" que inclui cerca de 2.200 entidades e indivíduos proibidos de entrar na UE e cujos bens na Europa estão congelados, devido à responsabilidade que os 27 Estados-membros lhes atribuem na guerra na Ucrânia. Nesta lista, 69 indivíduos e 47 entidades foram acrescentados como parte do 14.º pacote de sanções.

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