Últimos ataques a civis mostram que Netanyahu "não tem limite ético"

6 meses atrás 68

"O Governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão. A humanidade está falhando com os civis de Gaza", escreveu em comunicado o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

De acordo com o Governo brasileiro, foram feitas "declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente" por parte do Governo de Netanyahu e estas "devem ser a gota de água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana".

Segundo as autoridades de saúde de Gaza, controlada pelo movimento islamista Hamas, pelo menos 112 palestinianos foram mortos e mais de 750 ficaram feridos na quinta-feira, quando, segundo testemunhas, as tropas israelitas abriram fogo sobre uma grande multidão que correu para retirar mercadorias de um comboio de ajuda humanitária.

Israel disse que muitos dos mortos foram espezinhados numa debandada ligada ao caos e que as suas tropas dispararam contra alguns elementos da multidão que, segundo eles, representavam "uma ameaça" para os soldados.

Para o Governo brasileiro, as aglomerações em torno dos camiões de ajuda humanitária são a prova da situação desesperante "a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território".

"Trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem", frisou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Também hoje, o presidente brasileiro, uma das vozes que mais se tem pronunciado a favor do cessar-fogo imediato e da condenação aos ataques de Israel, apelou ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, "pelo fim imediato desse genocídio".

Lula da Silva e António Guterres estão hoje juntos na Cimeira de Chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas.

"Quero aproveitar a presença do secretário-geral da ONU, meu companheiro António Guterres, para propor uma moção da Celac pelo fim imediato desse genocídio. O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho o tema que ameaça a paz e a segurança internacional", afirmou.

O presidente brasileiro terminou o seu discurso afirmando ser "preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo".

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