Um 2024 “muito desafiante”

10 meses atrás 82

O ano de 2024 não se afigura fácil para as economias mundiais, sobretudo para as europeias e ainda mais para aquelas de quem Portugal mais depende. Agora que a inflação parece perto de estar controlada e os bancos centrais estão a travar os aumentos das taxas de juro e a prepararem-se mesmo para as reduzir, é o fantasma da recessão que nos tira o sono.

No fórum de CEO que publicamos com este Especial de Ano Novo a palavra “desafiante” é das mais repetidas pelos principais decisores. E todos sabemos que “desafiante” é um eufemismo da novilíngua dos gestores para “apertem os cintos que a viagem vai ser dura”.

É neste contexto que dava jeito a Portugal ter uma situação estável em cima da mesa. Com uma maioria absoluta a fazer as reformas que a economia e a sociedade precisam, com uma rota bem definida de contas certas e redução da dívida pública, com bons e ativos reguladores para fiscalizar as decisões de entidades públicas e privadas, e uma comunicação social forte para escrutinar por cima deste patamar.

De todos estes desejos de Ano Novo, 2024 trouxe-nos a descida da dívida pública, mas como um fim em si mesmo e não como trampolim para feitos maiores e mais nobres para todos. A maioria absoluta deu lugar à demissão de um primeiro-ministro, associado (bem ou mal, a justiça o dirá) a mais um caso de alegado tráfico de influências e de leis feitas à medida. E a comunicação social portuguesa enfrenta momentos “muitíssimo desafiantes” – como diriam os nossos gestores – com graves problemas económicos que, lá mais à frente, poderão inquietar-nos quanto à falta de independência.

É nestes momentos que a imprensa tem de se erguer à altura do desafio e é esse, caro leitor, o compromisso que acho que qualquer jornalista do Jornal Económico está disposto a fazer. O de, em 2024, dar o seu melhor para escrutinar os decisores públicos e as empresas privadas, com notícias rigorosas, pertinentes e com toda a informação que o leitor precisa para tomar as melhores decisões económicas e financeiras. É o que temos feito desde há sete anos e é o que estamos dispostos a fazer agora. Só assim podemos continuar a beneficiar da vossa confiança.

Ler artigo completo