Um ano de Roberto Martínez: os momentos marcantes ao leme da seleção

Faz esta terça-feira precisamente um ano desde que Roberto Martínez foi anunciado por Fernando Gomes como o novo selecionador de Portugal.

Numa retrospetiva ao trabalho desenvolvido pelo técnico espanhol, o zerozero repescou os momentos mais marcantes - positivos e negativos -, que marcaram a transição do reinado de Fernando Santos à frente da equipa das Quinas. 

Nova proposta de jogo

Conhecido pela proposta de jogo atrativa com que, por exemplo, colocou a Bélgica a jogar, Roberto Martínez não tardou em implementar a mesma filosofia de domínio e «tração à frente» na equipa lusitana.

Com ela chegou também o novo 3-4-3, que vigorou sem interrupção entre a primeira e a quarta jornadas da qualificação para o Euro 2024, o que não significou o abandono de outros sistemas mais familiares como o 4-3-3 ou o 4-4-2.

Uma junção de ingredientes que ajudou de forma decisiva ao inédito currículo de resultados da equipa nacional... mas já lá vamos. 

Renovação suave 

Ao nível das convocatórias não se pode dizer que Roberto Martínez tenha operado algum tipo de revolução. O técnico espanhol decidiu manter o núcleo duro da era Fernando Santos, segurou de forma firme pesos-pesados como Cristiano Ronaldo ou Pepe, mas não reprimiu o seu cunho pessoal ao nível de algumas preferências.

Estreou nomes como Toti Gomes, José Sá, Gonçalo Inácio ou João Neves e fez desaparecer alguns nomes habituais na anterior gestão do Engenheiro.

William Carvalho, André Silva foram as opções que menos beneficiaram com a chegada do espanhol, numa nova era que também ficou marcada pelas renúncias dos benfiquistas Rafa Silva e João Mário, dado o seu pouco espaço entre as primeiras opções.

Outro ponto curioso da crescente ligação profissional do espanhol a Portugal foi a presença constante em jogos dos clubes de potenciais convocáveis. Fê-lo no Old Firm, entre o Celtic e o Rangers, a fim de ver Jota, ou, por exemplo ao embate entre Estoril e Casa Pia, da 16ª ronda da I Liga da última época.

Objetivos atingidos, recordes pulverizados

A atravessar algum desgaste na sua relação com Fernando Santos, após o Mundial do Catar, Cristiano Ronaldo foi a prova mais viva da vitalidade que a seleção sofreu com o ingresso de Roberto Martínez.

Peça basilar nas ideias do técnico, Ronaldo deu mais que razão ao homem do leme lusitano: ultrapassou a marca das 200 internacionalizações durante a campanha e tornou-se o segundo melhor marcador da fase de apuramento com 10 golos em nove desafios.

A nível coletivo, Roberto Martínez deu sequência ao registo imaculado que trouxe do trabalho na Bélgica e elevou o patamar da seleção numa fase de qualificação. Em dez jogos, o antigo selecionador dos Diabos Vermelhos arrecadou outras tantas dez vitórias.

Claro que, à exceção da Eslováquia, a valia dos restantes adversários não se aproximava sequer dos dias menos inspirados de Portugal, mas há que dar mérito à folha limpa, que permitiu ultrapassar as nove vitórias da campanha para o Mundial de 1966 , além da maior goleada da história atingida frente ao Luxemburgo. 

Frente a oponentes do mesmo nível, será o desempenho o mesmo?

Não é propriamente um ponto negativo, já que está fora da esfera de controlo de Roberto Martínez, mas os belos sinais dados pela equipa portuguesa nunca foram frente a adversários do mesmo patamar. 

Com o Mundial à porta e um particular agendado frente à Suécia, é mesmo este o grande ponto de interrogação no reinado do técnico catalão: a falta de testes que levem as equipa portuguesa ao limite da sua capacidade.

Roberto Martínez

		NomeRoberto Martínez Montoliú Nascimento/Idade1973-07-13(50 anos) Nacionalidade Espanha FunçãoTreinador