Um pouco de paz no meio da tempestade

A viver um cenário muito turbulento e atípico fora das quatro linhas - devidamente antecipado por Fary Faye - que explica, de forma esclarecedora, a presença de sete (!) jogadores sub-19 no banco boavisteiro, o Boavista deu uma excelente resposta dentro de campo e conseguiu um triunfo muito saboroso em Rio Maior (0-1). Reisinho marcou o único golo ao minuto 77.

Três pontos que oferecem uma lufada de ar fresco ao emblema axadrezado, ao passo que, do outro lado, o Casa Pia terá muito trabalho pela frente, após uma exibição muito pouco convincente.

Em relação ao jogo, João Pereira apostou no veterano Fonte para liderar a linha a três dos gansos e apostou no reforço Raul Blanco para ser a principal companhia de Pablo Roberto e Nuno Moreira na frente de ataque.

Do outro lado, Cristiano Bacci - com muitas limitações em vários setores - optou, sem surpresas, por reforçar muito o meio campo, num 4-5-1, sendo que, a opção de colocar Bruno Onyemaechi a central foi a grande novidade no 11.

Em ritmo de pré-época

Primeiro tempo pouco emotivo em Rio Maior: escassos remates, uma oportunidade de relevo e poucos lances vistosos. O Casa Pia entrou mais forte, com vontade de assumir as rédeas da partida, mas mostrou pouco discernimento no último terço.

De resto, a inspiração individual dos gansos - principalmente Nuno Moreira, Pablo Roberto e Blanco - foi o grande fator diferenciador. Até porque, do lado contrário, o Boavista também evidenciou muitas dificuldades em criar situações de perigo. Condicionado por ter dois centrais de raíz a atuar como laterais - Filipe Ferreira de um lado e Pedro Gomes do outro -, a equipa axadrezada procurou muito o jogo interior, não obstante, a ligação entre setores foi sempre muito condicionada pelos médios do Casa Pia - muito agressivos em transição defensiva.

Em suma, os primeiros 45 minutos ficaram traduzidos em dois lances de Pablo Roberto: primeiro, aos 7', num remate de bica, e - aos 12' - num disparo forte de pé esquerdo, mas sem a direção certa.

De garras afiadas

Segunda parte bem distinta. O Casa Pia voltou a entrar bem - Nuno Moreira e Pablo Roberto continuaram muito rematadores e assustaram João Gonçalves por diversas vezes nos primeiros 10 minutos, mas foi o Boavista quem conseguiu criar as melhores oportunidades.

Róbert Bozeník - muito lutador, mas pouco inspirado no momento da definição -, ao minuto 59, deu o mote com um remate que, por muito pouco, não tirou tinta ao poste de Ricardo Baptista e, aos 65', voltou a estar a centímetros do golo, após uma abordagem péssima de José Fonte.

Sem Bozeník no seu melhor dia, surgiram outros protagonistas: Ibrahima Camará e João Gonçalves. O médio defensivo - muito focado e obstinado defensivamente -, primeiramente, foi essencial ofensivamente. Com um passe fantástico, isolou Joel Silva para o lance do penálti - médio foi derrubado por Baptista - e Reisinho, num penálti semelhante ao da temporada transata, desbloqueou o marcador.

Por outro lado, defensivamente, João Gonçalves fez duas defesas de GÉNIO ao minuto 90 - a remates de Goulart e Samuel Obeng - e segurou a vantagem mínima. Ponto precioso para o Boavista!