Uma casa onde o Âmago é a vida lenta

4 semanas atrás 30

Esqueça os espaços hoteleiros com dezenas de quartos. No Algarve, também há um outro Algarve. E no Âmago há toda uma história construída em cima e à volta de várias histórias de amor. O que se percebe assim que se chega. O Âmago não é um hotel. É um destino. Uma casa que se estende por seis quartos, cheia de luz e branco, plantas e sorrisos e onde se começa a respirar com calma. Liz e Alex são a alma do Âmago. E não são precisos mais que alguns minutos para perceber que, por ali, o que se oferece só podia ser assim: simples, mas com gosto, em jeito de bem receber. Porque Liz e Alex também são assim. Brilho nos olhos, roupa casual, sem poses forçadas e num jeito de abraço gigante que convida a ficar.

Isto, apesar de há uns anos nem imaginarem sequer que seria por ali que haveriam de investir tempo, dinheiro, amor e toda uma aprendizagem para receber, servir, cozinhar e estar. Liz foi advogada anos, em Londres. Alex trabalhava em XXXX, sendo que a família tem, desde há muito, uma casa de férias no Algarve. O destino, por isso, era-lhes familiar e repetido. Porque gostavam. Da luz, do tempo, das gentes e da comida.

Em 2019, como dizem, o destino levou-os “a uma jóia por descobrir perto de Santa Bárbara de Nexe.” Uma casa principal rústica com potencial para seis quartos, aliada a uma habitação mais pequena para a família, no meio da natureza, mas a pouca distância do aeroporto de Faro, assim como de Loulé ou Olhão.

Apesar das paredes escuras e a acusar sinais do tempo – até porque os quartos tinham sido, anos antes, boxes de cavalos -, Liz e Alex perceberam que, ali, podia ser ponto de retorno de uma mudança de vida. Se bem o pensaram, melhor o fizeram, com Alex a despedir-se do seu emprego e a candidatar-se a um trabalho na área da hotelaria, em Londres, para que o sonho pudesse vir a ser precisamente isso, um sonho!

As obras arrancaram em Janeiro de 2022 – utilidades e infra-estruturas totalmente novas, paredes caiadas, terrenos ajardinados e interiores personalizados, trabalhados com a arte de Jade de Escolhido e têxteis de Mariana de Amidst Studios.

No Verão do ano passado, despediram-se formalmente de Inglaterra e vieram abrir o Âmago — «um refúgio familiar do qual temos imenso orgulho», declaram, definindo-o como um oásis que «é, ao mesmo tempo, o presente e o futuro.»

Bem disfarçado quando se passa na estrada, e ainda pouco divulgado – apesar de o casal não se queixar do ritmo de reservas, em particular de estrangeiros -, o Âmago apresenta-se hoje como “um retiro moderno que abraça a essência da vida lenta”. E onde a estética tradicional algarvia, como as chaminés, combinam com materiais e elementos de decoração de interiores que nos remetem para uma tranquilidade nórdica.

E a verdade é que, ali, acorda-se devagar, depois de uma noite tranquila num quarto onde a cama e as almofadas nos convidam rapidamente ao sono. A casa de banho tem chão aquecido e as amenities são 8950, num mimo que sabe bem. Depois, há um pequeno-almoço que apetece, feito por Liz que, confessa, tem vindo a aprender culinária e doçaria para um crescendo bem servir.

«O nosso objectivo é permitir que os nossos hóspedes troquem a sua agenda lotada por tranquilidade, natureza e inspiração. Para que possam aproveitar ao máximo o seu tempo enquanto ficam no nosso refúgio», dizem, enquanto declaram que recebem os hóspedes como fariam com velhos amigos e que a ambição é reunir “uma comunidade de viajantes com curiosidade cultural e garantir que experimentem o melhor da região e saiam com lembranças inspiradoras.”

É que, no que a eles diz respeito, já não fazem tenções de voltar para a «crowded London».



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