V. Guimarães-Boavista, 2-2 (crónica)

2 horas atrás 20

O duelo entre Vitória e Boavista teve um cheirinho aos duelos nos anos noventa com uma meia hora final que teve de tudo um pouco. Os axadrezados resgataras um ponto com dois golos de grande penalidade nos descontos. A crença axadrezada sobrepôs-se a maior valia dos vimaranenses.

Perante 15961 adeptos no Estádio D. Afonso Henriques, assistiu-se a um golpe de teatro que terminou com uma divisão de pontos que, antes dos descontos, seria difícil imaginar. Adormeceu o Vitória de Guimarães com a vantagem de dois golos, acabando por desperdiçar os três pontos.

Entrou mais forte o Vitória, tal como se perspetivava e o momento de ambas as equipas deixava antever. Apesar da supremacia, foi preciso esperar 34 minutos para fazer abanar as redes adversárias. Após meia hora quezilenta, com demasiadas paragens e muitas tentativas de arrufos foi num pontapé de canto que o embate se desbloqueou. Gustavo Silva, que já tinha marcado ao NK Celje na Liga Conferência, foi oportuno a aproveitar uma bola que Onyemaechi tentou aliviar após defesa apertada de César.

Apenas na segunda metade, aos 49 minutos, o Boavista conseguiu arranjar atributos para armar um remate. Seba Pérez tentou de fora da área, em vólei, Bruno Varela segurou junto ao relvado. Na resposta o Vitória fez o segundo. Lançamento longo de Villanueva para Nelson Oliveira, a defensiva do Bessa estava adormecida e o avançado teve tempo para se virar e driblar César, ainda que no último momento tenha deixado escapar a bola. Gustavo Silva estava a acompanhar o lance e finalizou sem dificuldades.

Questão arrumada. Podia pensar-se. Mas, a pantera tem muitas vidas e ainda lutou pelo jogo. Mérito do Boavista, mas também muito demérito do Vitória pela forma como abordou a última meia hora. A equipa de Rui Borges expôs-se perante um Boavista que não virou a cara à luta, pressionou alto e teve vários lances ofensivos. Displicente, o conjunto de Rui Borges ficou inoperante a nível ofensivo, desperdiçando várias bolas com muitos erros.

A sete minutos dos noventa o Boavista festejou pela primeira vez, mas o golo de Vukotic acabaria anulado. Não desistira os axadrezados e os nove minutos de compensação foram longos e suficientes para o tal golpe de teatro. O Boavista beneficiou de dois castigos máximos que colocaram Reisinho na cara de Varela.

O herói da permanência da época passada não desperdiçou, apontando o segundo golo 15 minutos para lá dos noventa, levando aos píncaros as cerca de três centenas de adeptos do Boavista no estádio. Apesar de somar o sétimo jogo sem vencer, o Boavista ganha novo ânimo com este empate. O Vitória falha a possibilidade de salta, à condição, para o quarto lugar.

A FIGURA: Reisinho
Um dos jogadores lançados por Cristinao Bacci, o jogador formado em Guimarães chama a si os holofotes do duelo em Guimarães. Já nos descontos, mas com intervalo de dez minutos, esteve duas vezes no frente a frente com Bruno Varela e não desperdiçou, confirmando o empate para o Boavista. De pé esquerdo, não tremeu.

O MOMENTO: segundo golo do Boavista (90+15’)
Lançamento de linha lateral para a área, muita confusão, vários ressaltos e Zé Carlos carrega Bozeník. Castigo máximo assinalado para o Boavista, o segundo, podendo mudar por completo a história do jogo. Reisinho não tremeu e bateu o guarda-redes pela segunda vez, assinando aí o empate.

NEGATIVO: demasiadas paragens
O duelo entre Vitória e Boavista não teve a intensidade de outros tempos. Com constantes quezílias e forçar de discussões persistentes. César, o guarda-redes do Boavista, por exemplo, viu cartão amarelo a meio da primeira parte por estar a demorar demasiado tempo a repor a bola em jogo nos pontapés de baliza. Prejudicou o espetáculo.

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