Vai ser o fim de telemóveis e computadores nos aviões? Alguns especialistas acham que sim

2 horas atrás 21

Com o ataque que detonou em simultâneo milhares de pagers do Hezbollah, crescem as preocupações dos efeitos que isso poderá ter na aviação mundial. Será que vem a caminho a proibição de dispositivos eletrónicos a bordo de aviões?

Ilustração de possível insegurança dos smartphones nos aviões, depois do atentado conta membros do Hezbollah

Telemóveis em formato bombas de bolso?

A operação "Below the Belt", presumivelmente conduzida por Israel, causou um grande impacto ao fazer detonar simultaneamente milhares de pagers utilizados pelo Hezbollah.

Este ataque demonstrou não apenas a sofisticação tecnológica de Israel, mas também a sua capacidade de penetrar nas redes do Hezbollah e do Irão. Mas apesar de este evento ser focado no conflito do Médio Oriente, as suas implicações vão muito além dessa região.

Há já repercussões do atentado. A autoridade da aviação civil libanesa proibiu aos passageiros a introdução de equipamentos eletrónicos de receção de mensagens, os pagers e transmissores rádio, os walkie-talkies, nos aviões.

A operação levanta questões importantes para a segurança da aviação mundial, dado o uso generalizado de Wi-Fi em aviões comerciais. Atualmente, a maioria dos passageiros traz consigo equipamentos eletrónicos como telemóveis, computadores portáteis e tablets durante os voos. Estes dispositivos estão muitas vezes ligados aos sistemas de entretenimento a bordo e ao Wi-Fi disponível em voo.

O que preocupa agora os especialistas em segurança é a possibilidade de replicar o ataque realizado contra os pagers do Hezbollah em telemóveis ou outros dispositivos eletrónicos utilizados em voos.

Isto levanta uma série de questões sobre a segurança na aviação: será que basta um simples sinal para causar o sobreaquecimento, ou mesmo a explosão, de centenas de dispositivos a 30.000 pés de altitude? Será que os aparelhos eletrónicos têm de estar ligados para receber um sinal que cause tal detonação? E, se não, será seguro permitir o transporte de dispositivos eletrónicos na cabine ou no porão?

Segundo Michael Rubin, especialistas em questões do Médio oriente e antigo oficial do Pentágono, a operação sugere que os desafios de segurança da aviação podem agora estar a mudar do foco em líquidos e objetos cortantes para uma nova era de potenciais ameaças digitais. E esta situação pode levar a uma revisão significativa nas políticas de segurança nos voos, até agora mais focada em limitar líquidos e objetos ditos perigosos a bordo.

Operação Under the Belt

A operação "Under the Belt" foi um ataque sofisticado e inédito atribuído a Israel, que levou à explosão simultânea dos pagers usados pelo Hezbollah, uma organização xiita libanesa apoiada pelo Irão.

A ação, realizada a partir de uma intervenção remota, demonstrou não só o elevado nível de penetração das redes do Hezbollah por parte de Israel, mas também as suas capacidades cibernéticas e de inteligência.

De acordo com fontes conhecedoras do processo, os pagers tinham sido fornecidos pelo Irão ao Hezbollah há apenas alguns meses, o que sublinha a proximidade e o apoio entre os dois aliados. Esta operação também expõe o grau de vulnerabilidade tecnológica de grupos terroristas, mesmo com dispositivos aparentemente rudimentares como pagers.

Como já foi referido, a operação levanta dúvidas sobre a segurança dos dispositivos eletrónicos a bordo de voos, uma vez que a tecnologia usada para detonar os pagers poderia, em teoria, ser aplicada em telemóveis ou outros dispositivos.

Desde os ataques de 11 de setembro de 2001 que as regras de segurança da aviação mundial mudaram de forma drástica. No entanto, agora as ameaças cibernéticas e tecnológicas podem representar um novo desafio para a segurança aérea.

Enquanto a operação "Under the Belt" teve como alvo direto o Hezbollah, as suas implicações podem ter impacto global, forçando uma revisão nas práticas de segurança cibernética, especialmente em ambientes de alto risco como aviões e infraestruturas críticas.

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