“Valores de Abril estão ameaçados”, dizem os que fizeram a Revolução há 50 anos

1 semana atrás 36

“Hoje, vivemos tempos de incerteza e enorme preocupação, no que respeita a esses valores – Liberdade, Paz, Democracia, Justiça, Igualdade”, diz em mensagem para este dia a Associação 25 de Abril, a entidade fundada pelos protagonistas da Revolução dos Cravos.

“Os valores de Abril, que então floresceram em várias partes do mundo, estão ameaçados, não só em Portugal, mas também em muitas outras regiões”, diz a Associação 25 de Abril (A25A), em mensagem para assinalar os 50 anos da Revolução. A entidade presidida pelo Capitão de Abril Vasco Lourenço, fundada pelo Militares de Abril, avisa: “Novos ditadores estão no terreno ou ameaçam surgir no horizonte.”

Segundo a A25A, “é imperioso assumirmos, com coragem e determinação, a luta pela defesa e manutenção da Liberdade conquistada nessa radiosa madrugada.”

À parte desta mensagem, em artigo publicado na revista O Referencial, da A25A, Vasco Lourenço sublinha: “Os tempos que correm não se apresentam fáceis para quem se assume como defensor e praticante dos valores de Abril. É um facto insofismável, que não podemos iludir.”

No mesmo artigo, Vasco Lourenço, prossegue:

“Ao evocarmos os 50 anos do 25 de Abril, não posso deixar de enaltecer a nossa decisão de fundarmos a Associação 25 de Abril, em que estiveram envolvidos mais de 90% dos militares de Abril.”

O presidente da A25A reconhece que após a Revolução o militares viveram  momentos controversos, mas que culminaram na entrega da gestão do Estado aos políticos, regressando eles, depois, aos quartéis.

“Depois de nos termos dividido e confrontado, às vezes à beira da ruptura violenta – unidos à volta do essencial, esquecendo o acessório que nos dividiu, divide e dividirá – soubemos voltar à nossa condição de cidadãos comuns e envolver-nos na acção cívica e política, uma vez terminada, voluntariamente, a nossa intervenção política directa, enquanto militares de Abril, rejeitando a ideia de quaisquer benesses, exigindo apenas a condição de cidadão, com todos os deveres e direitos que a todos são inerentes. Mas não desejando, e repudiando mesmo, alhear-nos das nossas responsabilidades de principais protagonistas do acto libertador do 25 de Abril, que continuamos a assumir com enorme honra, como acto que levou à construção de um Portugal melhor, de que muito nos orgulhamos.”

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