Varane alerta para o perigo das concussões cerebrais: «Percebi que alguns erros que cometi não podiam ter caído do céu»

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Raphaël Varane voltou a deixar, em entrevista ao 'L'Équipe', um alerta para as concussões cerebrais no futebol, e lembrou que, quando representava o Real Madrid em 2020, foi afetado de tal maneira pelas constantes pancadas na cabeça que acabou mesmo por ter influência direta na eliminação dos merengues da Liga dos Campeões, na altura frente ao Manchester City.

"Comecei a sentir-me assim logo no aquecimento. Só dizia 'acorda'. Quase que queria dar uma bofetada em mim mesmo. Durante o jogo, as três primeiras bolas que recebi foram limpas tecnicamente, mas estava demasiado lento. Não me conseguia concentrar, parecia um espectador. O jogo correu-me mal [errou nos dois golos do City] e, em retrospetiva, apercebi-me que isso estava relacionado com as pancadas que tinha sofrido [uns dias antes, num encontro com o Getafe]. Questionei-me muito e, finalmente, percebi que erros assim não podiam cair do céu", explicou o central francês, frisando que, agora no Manchester United, a equipa técnica tem cuidados especiais.

"Recomendam-nos a não fazermos mais de 10 cabeceamentos por treino. O meu filho de sete anos joga futebol e eu digo-lhe para não cabecear muito. Depois de muitos golpes na cabeça, é difícil dizeres que estás cansado no dia seguinte. Muitas vezes, como jogadores, não entendemos essas coisas e não pensamos em fazer testes. Reconhecer uma concussão cerebral e tratá-la bem é um verdadeiro desafio. É um problema real de saúde, pode ser vital. As coisas vão mudando pouco a pouco, mas ainda podemos avançar neste sentido", rematou o jogador, de 30 anos.

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