Raphael Varane é uma das vozes mais ativas na luta pelo desenvolvimento do futebol e segurança dos atletas. Em entrevista publicada pelo L'Équipe, o francês deixou um alerta para o impacto das concussões cerebrais e recordou um caso acontecido na passagem pelo Real Madrid. «Comecei a sentir-me assim [afetado] logo no aquecimento. Só dizia 'acorda'. Quase que queria dar uma bofetada em mim mesmo. Durante o jogo, as três primeiras bolas que recebi foram limpas tecnicamente, mas senti-me demasiado lento. Não me conseguia concentrar, parecia um espetador. O jogo correu-me mal [errou contra o Manchester City] e, mais tarde, apercebi-me que estava relacionado com as pancadas que tinha sofrido [jogo anteriores]. Questionei-me muito e, finalmente, percebi que erros assim não podiam cair do céu», admitiu. O defesa central pediu avanços no estudo e tratamento destes casos. Atualmente ao serviço do Manchester United, Varane explica também algumas medidas de precaução tomadas pelo clube. «A recomendação do clube é não fazermos mais de 10 cabeceamentos por treino. Digo ao meu filho que joga futebol para não cabecear muito. Depois de muitos golpes na cabeça, é difícil dizeres que estás cansado no dia seguinte. Como jogadores, não entendemos essas coisas e não pensamos em fazer testes. É um desafio reconhecer uma concussão cerebral e tratá-la bem. É um problema real de saúde. As coisas vão mudando pouco a pouco, mas ainda podemos avançar neste sentido», reiterou.